Fintech QI Tech capta R$ 1 bi em maior investimento em startup brasileira no ano
Aporte em empresa que oferece infraestrutura para oferta de crédito foi liderado pelo fundo americano General Atlantic
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Fintech recebe maior aporte do ano
A QI Tech, fintech que fornece infraestrutura para concessão de crédito por empresas, anunciou nesta terça ter recebido um aporte de US$ 200 milhões (R$ 1 bilhão).
- Este é o maior aporte anunciado por uma startup brasileira neste ano, superando a captação de US$ 85 milhões do Gympass em agosto.
- A fintech não revelou em quanto foi avaliada após o investimento, feito em rodada série B (entenda aqui as etapas de investimento em startups).
Quem investiu: o aporte foi liderado pelo fundo americano General Atlantic, que também tem na carteira empresas como Unico, Kavak e QuintoAndar. A rodada foi acompanhada pela Across Capital, que já era investidora da QI Tech.
Em 2021, a fintech havia recebido um investimento do Fundo Soberano de Cingapura (GIC), em uma série A no valor de US$ 50 milhões (R$ 252 milhões, na cotação atual).
A startup: fundada em 2018, ela afirma ser lucrativa desde o primeiro ano de operação. Com foco em grandes empresas, nomes como 99, Enjoei, QuintoAndar e Unidas são alguns de seus clientes.
- A fintech oferece um conjunto de APIs (interfaces de comunicação) com serviços de oferta de crédito, ferramentas de pagamentos, abertura de contas digitais e soluções antifraude.
- Os clientes podem comprar uma ou mais soluções e integrá-las a sua plataforma, como se fosse em um Lego, e oferecê-las ao consumidor final.
- A ideia é ser uma "one-stop-shop" para serviços financeiros, ou seja, oferecer uma jornada completa para as empresas clientes em um só lugar.
Com a maior parte das soluções com tecnologia nativa (construída em casa), a empresa aproveitou os aportes recebidos para comprar soluções que agregassem a sua plataforma de serviços financeiros.
Um exemplo foi a startup de cibersegurança Zaig, adquirida em 2021, que adicionou a prevenção de fraudes à gama de produtos oferecidos.
Neste ano, a QI Tech recebeu autorização para operar como DTVM (Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários), de olho no mercado de FIDCs (fundos de direitos creditórios).
Após a atual rodada, a empresa mira um IPO (oferta inicial de ações), que pode acontecer aqui ou nos EUA, mas depende das condições de mercado, disse à Reuters Marcelo Bentivoglio, cofundador e diretor financeiro da fintech.
Governo estuda meta com déficit de 0,5%
O governo Lula (PT) discute enviar ao Congresso uma mensagem para revisar a meta de zerar o déficit das contas públicas no ano que vem.
O novo alvo seria um déficit primário (mais despesas que receitas, sem contar os gastos com juros) de 0,5% do PIB, mas o número ainda está em discussão, escreve a repórter Catia Seabra.
Como é hoje: o Orçamento encaminhado pelo governo prevê um equilíbrio entre receitas e despesas no ano que vem, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto, para mais ou para menos, como prevê o arcabouço fiscal.
- Em caso de estouro da meta para o lado negativo, são acionadas medidas de contenção de gastos, como proibição de concursos públicos e de aumentos para servidores.
Como pode ficar: o governo estuda alterar a meta para um déficit de 0,5% do PIB. Nesse caso, a margem de tolerância passaria para um déficit de até 0,75%, abrindo espaço no Orçamento para mais despesas.
Como chegamos até aqui: o governo não tinha admitido publicamente que não alcançaria a meta prevista para o ano que vem, apesar da projeção de economistas e analistas do mercado apontarem para isso.
- O cenário mudou na última sexta, quando o presidente Lula disse que ela não precisava ser zero para não "começar o ano fazendo corte de bilhões nas obras que são prioritárias nesse país".
- A fala fez os juros e o dólar subirem, e a Bolsa, tombar. Na equipe econômica, o anúncio do presidente virou motivo de alerta, com o temor de que as medidas de arrecadação que tramitam no Congresso não andem.
Na segunda, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, evitou cravar a meta zero e se irritou com jornalistas quando foi perguntado sobre a possibilidade de o governo não cumprir o objetivo .
- Ontem, ele afirmou que não ficou bravo com os repórteres, mas justificou suas respostas dizendo que foi perguntado de forma "dura".
Opinião | Vinicius Torres Freire: Entenda na coluna por que mexer no déficit zero mais cria do que resolve problemas.
Dona de Starbucks, Subway e Eataly no Brasil pede RJ
A SouthRock Capital, que opera no Brasil marcas como Starbucks, Subway e Eataly, entrou com pedido de recuperação judicial (RJ) nesta terça. O fundo de investimentos reportou dívidas de R$ 1,8 bilhão.
O que explica: a SouthRock citou a pandemia, a inflação e as taxas de juros elevadas como fatores que a levaram a tomar a medida de proteção contra credores.
- Ela ainda disse que o pedido de RJ foi feito para proteger financeiramente algumas de suas operações e ajustar seu modelo de negócio à atual realidade econômica.
Entre as medidas a serem tomadas, está "a revisão do número de lojas operantes, do calendário de aberturas, de alinhamentos com fornecedores e stakeholders, bem como de sua força de trabalho tal como está organizada atualmente".
A SouthRock: foi fundada em 2015 pelo investidor americano Ken Pope. Desde então, vem adquirindo o direito de operação de marcas no Brasil, como Starbucks, em 2018, e Subway e Eataly, ambas no ano passado.
- Ela também é responsável aqui pela TGI Fridays e pela empresa de serviços de restaurantes Brazil Airport Restaurantes (BAR), com estabelecimentos em aeroportos do país, como o de Guarulhos.
As marcas continuarão operando normalmente durante essa fase de reestruturação, disse a empresa.
Leite com melatonina
O leite ordenhado da vaca durante a madrugada, quando ela está com sono, possui cerca de dez vezes mais melatonina que o extraído no meio da tarde, às 15h.
- O resultado, observado por uma pesquisa finlandesa, foi confirmado por um estudo feito pela Universidade Federal de Viçosa (UFV).
Esse é um dos argumentos para a liberação da produção do leite com melatonina no Brasil, buscada pelos produtores de leite há mais de dois anos. O Ministério da Agricultura e Pecuária, responsável pela análise, diz que trata o tema com a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Entenda: a melatonina é um hormônio produzido naturalmente para indução do sono. No organismo dos humanos, sua produção sofre uma redução com o envelhecimento.
- Desde outubro de 2021 a Anvisa liberou o uso e a venda de melatonina sem receita médica, mas apenas como suplemento alimentar e para maiores de 19 anos.
- Os produtores brasileiros defendem que a ordenha noturna já é liberada no exterior, não afeta as vacas e gera benefícios para as pessoas.
Mais sobre agronegócio sustentável
- Rio Grande do Sul desponta na produção de leite com carbono neutro.
- Investimento em tecnologia leva a expansão do trigo na Bahia.
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