Descrição de chapéu Venezuela

Maduro aponta presidente da Constituinte como nova vice da Venezuela

Aliada fiel, Delcy Rodríguez foi chanceler que reforçou retórica agressiva contra detratores

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro, ao lado de Delcy Rodríguez, em seu primeiro discurso na Assembleia Constituinte em agosto - Ronaldo Schemidt - 10.ago.17/AFP

Conteúdo restrito a assinantes e cadastrados Você atingiu o limite de
por mês.

Tenha acesso ilimitado: Assine ou Já é assinante? Faça login

Caracas

O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, nomeou nesta quinta-feira (14) a ex-chanceler e presidente da Assembleia Constituinte Delcy Rodríguez, como vice, na primeira reforma de gabinete desde que obteve um novo mandato.

Segundo o mandatário, as mudanças na cúpula do regime se devem ao que chamou de novo começo após a vitória na votação de 20 de maio, boicotada pela oposição e não reconhecida por EUA, União Europeia e a OEA.

“Nomeio como vice-presidente executiva uma jovem mulher, corajosa, aguerrida, filha de mártir, revolucionária e aprovada em mil batalhas; nossa irmã Delcy Eloína Rodríguez”, escreveu, em uma rede social.

Rodríguez substituirá Tareck El Aissami, no cargo desde janeiro de 2017 e que vai para o recém-criado Ministério da Indústria e Produção Nacional, nova pasta criada pelo líder para tentar tirar o país da grave crise econômica.

Ela é irmã de Jorge Rodríguez, ex-prefeito e atual ministro da Comunicação, que também é parte do círculo próximo madurista. O substituto dela na Constituinte deverá ser designado em votação na próxima terça-feira (19).

Uma das aliadas mais próximas de Maduro, a nova vice foi ministra da Comunicação entre 2013 e 2014 e chanceler entre 2014 e 2017. No exterior, ficou conhecida por reforçar a retórica agressiva contra os detratores chavistas.

Ao convocar a Constituinte como resposta às manifestações da oposição do ano passado, em maio, o autocrata a designou presidente da Casa mesmo antes da eleição de seus representantes, que aconteceria em julho.

Além do comando do plenário, ratificado por unanimidade por seus colegas assim que assumiu, ela também presidia a Comissão da Verdade, criada sob a justificativa de investigar a violência política no chavismo (desde 1999).

Visto pela oposição como um tribunal de inquisição destinado a punir os detratores do regime, o comitê decidiu nas últimas semanas soltar 123 presos sem sentença, incluindo cerca de 30 dirigentes e militantes antichavistas.

Diferentemente dos presos não filiados a partidos ou envolvidos em violência contra opositores, eles saíram com restrições: proibições de manifestações políticas, de declarações à imprensa e de deixar a Venezuela.

Nesta quinta, foi solto o líder estudantil Villca Fernández. Ele estava preso sem sentença desde 2016 após publicar mensagem dizendo que os dias de poder do número dois do chavismo, Diosdado Cabello, estavam contados.

Militante do Vontade Popular (direita), Ele foi acusado de incitação ao ódio e divulgação de informação falsa, mas nunca foi a julgamento. A saída veio em acordo com o Peru para que fosse diretamente da cadeia para Lima.

Relacionadas