O Brasil conseguiu seu terceiro ouro no vôlei masculino em sua mais complicada Olimpíada. Um time com limitações, que se superou.
E o caminho turbulento em muito tem a ver com a dificuldade que o país teve para repor suas peças no último ciclo.
Sem uma nova geração com talentos suficientes para renovar a equipe, Bernardinho teve de usar atletas experientes, mas que nunca haviam tido muita chance, como Lipe, 32, e Evandro, 34. Resgatou ainda o líbero Serginho, 40, porque não conseguiu encontrar um jogador à altura para assumir essa função. Com ele também resolveu outro problema: a liderança em quadra.
Murilo, um dos pilares do time nos últimos oito anos, foi cortado às vésperas dos Jogos por problemas físicos.
Durante muitos anos a troca de peças de qualidade foi um trunfo de Bernardinho. Não é mais, e o time atual tem limitações. Elas se refletiram nos resultados.
Nos últimos seis anos, a equipe não venceu a Liga Mundial —teve duas segundas colocações. Foi ainda vice do último Mundial. O único título foi o da Copa dos Campeões em 2013.
Chegar à final olímpica foi um resultado até surpreendente para essa seleção. Depois de quase cair na primeira fase, o time soube ser paciente e obediente taticamente para passar pelos mata-matas e chegar à final. Chegou muito longe. Mereceu.