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lapso
- Se o entrevistado comete um lapso significativo, o jornalista pode
registrá-lo no texto. Isso pode ajudar o leitor a entender
melhor a notícia ou a personalidade do entrevistado. Um ato
falho pode ser mais revelador que uma declaração pensada.
Se o entrevistado pedir retificação de um lapso revelador,
esse pedido pode ser registrado. Lapsos inexpressivos não merecem
divulgação. Veja brincadeira.
lide - Palavra aportuguesada do inglês "lead",
conduzir, liderar. O jornalismo usa o termo para resumir a função
do primeiro parágrafo: introduzir o leitor no texto e prender
sua atenção.
Há
dois tipos básicos de lide: o noticioso, que responde às
questões principais em torno de um fato (o quê, quem,
quando, como, onde, por quê), e o não-factual, que lança
mão de outros recursos para chamar a atenção
do leitor.
O
caráter condutor do lide se aplica para quem lê e para
quem escreve. Se ao produzir um texto você não avança,
fica preso nos primeiros parágrafos, é muito provável
que o problema esteja no lide -ele o conduziu a um caminho errado
de estrutura de texto. Você não consegue mais escrever.
O leitor, possivelmente, não conseguirá mais ler. Nesses
casos, o melhor é refazer o lide.
Elabore
seu lide de modo que um título atraente e informativo seja
feito a partir dele com naturalidade. Não deixe para quem vai
titular o texto (pode até ser você mesmo) a tarefa de
decifrar o raciocínio do autor e juntar informações
dispersas.
Na
Folha, o lide noticioso deve:
a) Sintetizar a notícia de modo tão eficaz que o leitor
se sinta informado só com a leitura do primeiro parágrafo
do texto;
b)
Ser tão conciso quanto possível. Procure não
ultrapassar cinco linhas de 70 toques (lauda) ou de 80 toques (terminal
de computador da Folha);
c)
Ser redigido de preferência na ordem direta (sujeito, verbo
e predicado).
Atenção
agora para o que você deve evitar no lide:
a) Esconder o fato principal em meio a informações como
localização geográfica, horário, ambientação
e idade -todas elas recomendadas neste manual, o que não quer
dizer que todas devam ser fornecidas de uma só vez;
b)
Usar, sem explicar, nome, palavra ou expressão pouco familiar
à média dos leitores;
c)
Começar com advérbio ou gerúndio;
d) Começar com declaração entre aspas, fórmula
desgastada pelo uso indiscriminado. Reserve-a para casos de declarações
de impacto: "Não acredito no livre mercado", disse
o empresário.
Para
o segundo tipo de lide, o não-factual, não existe receita.
É fácil fazer um lide burocrático. Mas conquistar
a atenção do leitor e ao mesmo tempo informá-lo
é um desafio.
Exemplo
de bom lide: O presidente eleito Tancredo Neves morreu ontem, dia
de Tiradentes, às 22h23, no Instituto do Coração
em São Paulo. O comunicado oficial foi feito pelo porta-voz
da Presidência, Antônio Britto, às 22h29. A morte
de Tancredo ocorreu 38 dias após sua internação
no Hospital de Base de Brasília, na véspera da posse.
Nesse período, Tancredo foi submetido a sete intervenções
cirúrgicas, as cinco últimas em São Paulo, para
onde havia sido transferido no dia 26 de março. Tancredo Neves
tinha 75 anos. Veja nariz-de-cera.
lobby - Grupo de pressão formado para influenciar pessoas
com poder de decisão e de convencimento, como congressistas
e jornalistas. A função é institucionalizada
nos Estados Unidos. No Brasil, não está regulamentada.
Em muitos casos, pouco se diferencia do simples aliciamento. O jornalista
deve dispensar ao lobista a mesma atenção cautelosa
que dispensa ao assessor de imprensa, relações-públicas
e divulgador. Veja assessoria de imprensa.
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