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Após dois dias de caos, acaba greve no Metrô de SP, e governo anuncia passagem mais cara

Almeida Rocha/Folha Imagem
Radial Leste congestionada, nesta manhã, durante o segundo dia da greve dos metroviários. Clique na foto e veja mais imagens

(26/06/2001)

GUTO GONÇALVES
da Folha Online

Metroviários decidiram em assembléia encerrar a greve. A categoria aceitou a proposta encaminhada à tarde pela direção do Metrô. Os metroviários voltaram ao trabalho por volta das 21h30 desta terça-feira, segundo a assessoria de imprensa da Companhia do Metropolitano. Após o fim da greve, o governo estadual anunciou que vai aumentar a tarifa do Metrô em, no mínimo, 5%. Hoje a passagem custa R$ 1,40.

O anúncio da nova tarifa deverá ser divulgado até a próxima semana. No entanto, ainda não há data para a entrada em vigor do aumento, segundo a assessoria de imprensa do Metrô.

O Metrô propôs aos trabalhadores um reajuste de 7%, a manutenção do adicional noturno de 50%, a redução da hora-extra aos níveis da lei (de 100% para 50%) e uma gratificação por tempo de serviço para os contratados até 30 de abril. Não haverá punições aos grevistas.

Segundo a assessoria do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, um número menor de trabalhadores participou da assembléia de hoje. Ontem, compareceram 996 metroviários. O Metrô tem 7.300 funcionários.

O presidente do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Onofre Gonçalves de Jesus, criticou o aumento da passagem do Metrô definido pelo governo estadual. "Eles querem jogar na nossa conta esse roubo, a companhia tem dinheiro para pagar o aumento salarial e não onerar a população", disse.

Para Onofre, o Metrô é uma empresa enxuta, não deficitária, que poderia conceder o aumento aos trabalhadores sem prejudicar as finanças.

Membros do Sindicato dos Metroviários admitiram que a proposta patronal foi insatisfatória. "Foi insuficiente pela conjuntura econômica que vivemos, mas tivemos uma vitória política no movimento, conseguimos mobilizar toda a categoria", disse Wagner Fajardo, secretário-geral do Sindicato dos Metroviários de São Paulo.

Fajardo disse que agora o sindicato vai negociar a suspensão da multa diária de R$ 100 mil aplicada pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

A proposta do Metrô é semelhante ao que foi determinado pelo TST (Tribunal Superior do Trabalho), na última sexta-feira. O tribunal estabeleceu 7% de reajuste salarial para os metroviários, redução do adicional noturno de 50% para 20% e das horas-extras de 100% para 50%, conforme determina a lei. O TST vetou a concessão dos reajustes de produtividade e por perdas inflacionárias.

A categoria recebia 100% de horas-extras e 50% de adicional noturno por meio de acordo coletivo.

Pressão

O Metrô ameaçou hoje descontar os dias parados e iniciar a demissão de líderes do movimento grevista caso a categoria não voltasse ao trabalho. A empresa teria já pronta uma lista com os nomes de funcionários que seriam demitidos.

A direção do Metrô voltou atrás na decisão de não conversar com os grevistas. A empresa avisou ao sindicato pela manhã que só iria negociar caso os trabalhadores voltassem ao trabalho, conforme decisão do TRT (Tribunal Regional do Trabalho).

A Justiça julgou ontem a paralisação abusiva e determinou que os metroviários voltassem ao trabalho sob pena de multa diária de R$ 100 mil. A determinação não foi cumprida e os funcionários entraram hoje no segundo dia de greve.

Braço de ferro

Há dois meses em campanha salarial e negociações sem resultados, os metroviários pediam inicialmente 7,74% de reajuste salarial, 4,14% de produtividade e 7,86% de perdas inflacionárias acumuladas nos dois últimos anos.

O Metrô recusou e o TRT (Tribunal Regional do Trabalho) determinou 7% de reajuste, 4% de produtividade e manteve praticamente todas as cláusulas do acordo coletivo. A categoria aceitou o resultado do julgamento. A empresa, não.

Na última quarta-feira, a empresa propôs reajuste de 6% e manutenção do acordo coletivo. Na quinta-feira, os metroviários realizaram assembléia e negaram a proposta, enquanto o Metrô recorria ao TST.

A categoria rejeitou a decisão e deflagrou a greve. Com a paralisação, 2,5 milhões de pessoas são prejudicadas.

Tudo parado

A paralisação do Metrô, que transporta cerca de 2,5 milhões passageiros por dia, e a chuva na cidade provocaram o recorde de congestionamento do trânsito do ano: 215 km.

Segundo informações da direção do Metrô, a empresa teve um prejuízo de R$ 2 milhões com a greve.

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