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ASNEIRAS E EQUÍVOCOS

Lula não toma jeito

Cristina Veiga
Especial para o GD

Mas será o Benedito! Nem mesmo tendo ele próprio uma deficiência física – perdeu um dos dedos nos tempos de metalúrgico -, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem sensibilidade para tratar do assunto. No encontro que teve com portadores de deficiência, no Palácio do Planalto, o chefe de Governo teve a indelicadeza de fazer o seguinte comentário:

"Estou com deficiência nasal", disse, referindo-se a um mero resfriado.

Coitado, será que ninguém lhe disse que isto tem nome: brincadeira de mau gosto. Para que tentar fazer gracinha com um assunto tão delicado? Vão dizer que, como ele – presidente – é portador de deficiência física tem o direito de falar no assunto da maneira que quiser. Só é preciso lembrar que, antes de ser um deficiente físico, ele é presidente da República e, como tal, deveria ter um pouco mais de tato para falar não só sobre este mas sobre qualquer tema.

A cerimônia tinha tudo para dar certo. O governo estava anunciando um plano de inclusão de portadores de deficiência que é louvável. Mas não, ele precisava pisar na bola, né. Será que não tinha ninguém do ramo para preparar o chefe de Estado para um evento como aquele? Cadê o cerimonial do Palácio do Planalto? Não funciona mais? Ou será que, simplesmente, não adianta trabalhar?

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"Estou com deficiência nasal"

Reclamando de uma coriza, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abriu seu discurso em cerimônia com cerca de 300 deficientes físicos com uma piada ironizando a terminologia politicamente correta: "Não sei se vocês perceberam, mas hoje eu estou portador de uma deficiência nasal que está insuportável".

Antes de discursar, Lula colocou no colo Eduarda do Vale Lopes, 2, que correu para o presidente no início do evento. Lula e a primeira-dama, Marisa Letícia, brincaram com a criança e a ajudaram a aplaudir um dos discursos. Eduarda é sobrinha de uma das convidadas, que tem paralisia cerebral.

Bem-humorado, o presidente disse que é preciso uma mudança cultural para garantir a efetividade do programa de inclusão e acessibilidade para portadores de deficiências, lançado ontem.

"Quando eu virei deputado constituinte, o Congresso Nacional não estava adaptado para receber não os portadores de deficiência, mas as mulheres. No cafezinho [ao lado do plenário] não tinha banheiro para mulher. Era só para homem."

Depois do evento, o presidente Lula vistoriou protótipos de táxis e ônibus adaptados para portadores de deficiências. Os veículos foram testados por Idari Alves da Silva, que usa cadeira de rodas, sob incentivo da primeira-dama: "Vamos ver, você vai ser nossa cobaia".

As informações são da Folha de S. Paulo.

 
 
 

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