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ASNEIRAS E EQUÍVOCOS

Pelo progresso de nosso subdesenvolvimento

Rodrigo Zavala
Especial para o GD

O que fazer com 21 deputados na Câmara? Quem pensou nada, pode ter certeza que acertou. De acordo com as normas regimentais, a sessão só pode ser aberta se houver nas dependências da instituição pelo menos 10% do total de 513 deputados, ou seja, 52 parlamentares. No entanto, contamos apenas com meia dúzia de parlamentares em plenário e 21 na Casa, esta manhã (02/08), em Brasília.

O único líder presente – isso às 16h - é o petista Arlindo Chinaglia, que não se surpreendeu com a ausência da grande maioria, já que não haverá sessão deliberativa nesta semana. "Como será uma semana dedicada ao debate, já era previsto que o quórum fosse baixo, porque num momento de campanha eleitoral, a grande maioria dos deputados está dedicada às eleições", disse Chinaglia aos jornalistas presentes. Prá que debate, se tudo pode ser feito por e-mail de casa?

Se por um lado o presidente Lula lança campanhas como a "Eu sou brasileiro e não desisto nunca" para tentar melhor a auto-estima nacional, de outro não há cooperação dos parlamentares. Há pouco mais de uma semana, o presidente reclamou da acomodação do brasileiro: "No Brasil a gente tem o hábito de achar que o Estado pode tudo". Assim, só podemos chegar a conclusão que o argumento de Chinaglia é burlesco, para não começar com impropérios, em uma bestial espontaneidade.

Já foi dito neste mesmo site, em colunas pregressas de Gilberto Dimenstein, que o ânimo do brasileiro estaria bem melhor se não tivesse que manter, nas costas, uma burocracia cara e ineficiente. “O brasileiro nunca parou de tentar, mas tem todas as razões para não se animar com seus governantes - por mais que tente ser otimista”, chegou a escrever o articulista.

O caso aqui é claro. No entanto, se perto da incompetência, a corrupção é um mal menor, o que falar dessa completa falta de quorum? Ainda mais para cuidar de eleições municipais? Apesar do clichê, nunca é bom esquecer do jornalista e humorista brasileiro, Sérgio Porto, ou Stanislaw Ponte Preta, como preferir: “A prosperidade de alguns homens públicos no Brasil é uma prova evidente de que eles vêm lutando pelo progresso de nosso subdesenvolvimento.”

 
 
 

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