Rodrigo Zavala
Especial para o GD
Se o Rio de Janeiro não virar
motivo de preocupação nacional, com certeza
se tornará motivo de chacota. Como se não bastasse
a violência, a poluição visual, os cartões
postais transformados em pontos de tráfico de drogas
e prostituição, na última eleição
conseguiram mandar para a Câmara Municipal uma completa
desconhecida dos eleitores.
Ela quase não falou durante
seus poucos segundos no horário eleitoral. Não
participou das reuniões de candidatura. Ninguém
sabe exatamente de onde veio, sequer seus colegas de partido.
Ao que parece é de Ilhéus (BA) e tem apenas
o Ensino Fundamental, mas nada é confirmado. Seu partido
omite seu nome na lista de candidatos eleitos. Só participou
de cenas vexatórias ao vestir um modelito brilhante
de Mulher-Aranha no horário eleitoral.
E mesmo assim foi eleita com seis
mil votos.
Como isso é possível?
Simples, diga apenas que você é a “vereadora
do Dr. Enéas, do Prona”. Srta. Suely, sem sobrenome
e com essa mesma grafia, entrará de peito aberto na
Câmara dos Vereadores do Rio graças aos votos
de legenda do partido, que somaram 30 mil. Como se a cidade
não tivesse problemas suficientes.
Os cariocas defendem que não
há tristeza que sobreviva a uma caminhada pela calçada
da praia de Ipanema ou um pôr-do-sol no Arpoador. Conversa!
Nem um abraço do Cristo Redentor em pessoa é
capaz de tirar a impressão de incompetência e
desorganização que a administração
pública da cidade explicita. E o pior que agora não
conhecem nem aqueles que deveriam cobrar. Definitivamente,
o Brasil é um país que escolheu não escolher.
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