Cristina Veiga
Especial para o GD
Qual será o idioma mais falado
no mundo daqui a alguns anos? Deve ser o sânscrito.
Sabe, uma daquelas mais antigas línguas clássicas
da Índia? Pois é. Deve ser isso que o Itamaraty
imagina para o futuro do planeta. Só pode ser. Não
há outra explicação para o ministério
das Relações Exteriores ter tirado o inglês
como língua obrigatória para ingressar no Instituto
Rio Branco, aquele que forma nada menos que os diplomatas
brasileiros.
Ou será que a idéia
da direção da chamada casa de Rio Branco é
deixar os diplomatas falando português? Pode ser, né?
Afinal, um representante do Brasil no exterior deve se entender
muito bem lá fora usando o idioma da sua terra natal.
Pára com isto, gente! Quantas pessoas no mundo falam
português? E como um diplomata brasileiro vai representar
o Brasil lá fora sem falar inglês?
É inimaginável que alguém
estude relações internacionais sem ter pleno
conhecimento de inglês. Aliás, toda a bibliografia
é em inglês. E aí? A meninada vai perder
tempo estudando inglês ao invés de estudar história
enquanto faz o Instituto Rio Branco? Tenha dó! Tudo
bem que ninguém concorde com a soberania norte-americana,
mas aí já é demais.
E o chanceler Celso Amorim que,
justamente no dia em que defendeu tirar o idioma das provas
eliminatória, discursou em espanhol e deu entrevista
coletiva em francês na reunião do Conselho de
Segurança das Nações Unidas. Será
que a idéia é contratar os futuros diplomatas
aposentados para serem tradutores daqueles que ingressarem
agora na carreira?
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