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capital humano
26/04/2007
Barra do Chapéu tem melhor 4ª série do país

 

Encravada no Vale do Ribeira, região mais pobre do Estado, a pequena Barra do Chapéu (370 km de SP) conseguiu o título de melhor quarta série do país por meio do acompanhamento integral dos alunos, turmas pequenas, serviço de reforço, tira-dúvidas e investimento em leitura e escrita.

Com cerca de 4.900 habitantes, só 24 ruas asfaltadas e renda baseada na agricultura, o município obteve média 6,8 no Ideb. A média nacional, como comparação, é de 3,81. A quarta série é formada por filhos de famílias humildes, muitos com pais analfabetos.

A rede municipal da cidade, com 680 alunos, é enxuta: há apenas uma escola de 1ª à 4ª série -a Leonor Mendes de Barros, que tem mais seis unidades espalhadas na área rural, algumas dentro de escolas estaduais. Uma diretora e uma coordenadora pedagógica cuidam de todas, que seguem a mesma metodologia.

O olhar atento dos educadores, porém, é apenas uma das dezenas de explicações para o sucesso de Barra do Chapéu. Na Leonor e suas "filiais", a média é de 25 alunos por classe, o que permite aos professores acompanhar cada um. Além disso, o mesmo docente fica com a mesma turma da segunda até a quarta série e o material é preparado pela equipe da escola.

A meta do colégio é fazê-los tomar gosto pela leitura e pela escrita. "No fim da primeira série, todo mundo aqui tem de saber ler e escrever", diz Nilza Ribas, coordenadora pedagógica.

Uma tática é trabalhar a reescrita: pega-se um texto com erros de um aluno e todos da sala o reescrevem corretamente.

Avaliações constantes
Os alunos são avaliados a cada 15 dias por suas professoras e bimestralmente pela direção. Os que apresentam dificuldades recorrentes, que não estão sendo solucionadas na classe, são encaminhados para o reforço -dentro do período de aula, de cinco horas diárias. Lá, uma professora trabalha com estudantes de várias idades, com recursos diferentes do da aula normal, como jogos de palavras, entre outros.

Foi assim que Gabriel resolveu seu problema: toda vez que ele ouvia palavras como manta, santo ou tanta, sua cabeça dava um nó. Aos 10 anos, na quarta série, ele ainda se confundia com a forma de escrevê-las. Vira-e-mexe, grafava "mãota, sãoto ou tãota". Assim que percebeu a dificuldade dele, sua professora o encaminhou para as oficinas de reforço. Agora, ele não erra mais.

Segundo a coordenadora pedagógica, fazer o aluno avançar de série com a certeza de que assimilou o conteúdo ensinado é essencial na cidade. "Adotamos a progressão continuada mas os meninos não mudam de série sem aprender", diz Nilva. "E, se no fim da quarta série, ainda tiver com algum problema, a gente retém." No ano passado, foram quatro reprovações na quarta série.

Os aprovados seguem para a quinta série, na Escola Estadual Paulo Francisco de Assis, que fica do outro lado da rua. Lá a realidade é diferente. Com média 4,1 no Ideb (o que a coloca na 623ª posição), a rede estadual da cidade tem cerca de 40 alunos por sala. "Fica difícil fazer um trabalho tão individualizado aqui", afirma o diretor, Valderi Luiz Vidal Cézar. "Apesar de termos ensino integral [são 9h diárias de aula], precisaríamos de mais professores para o trabalho render mais."


Só 0,8% das cidades do país têm ensino considerado ideal

Daniela Tófoli
Folha de S.Paulo


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