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capital humano
30/05/2006
Saúde do médico

 

da Redação

O Sindicato dos Médicos de São Paulo levantou dados mostrando as condições em que os profissionais de saúde trabalham, focando nas condições de saúde psicológica e na de integridade física.


Veja a pesquisa:

Em meio a essa "guerra" criada no dia-a-dia dos profissionais de sáude que enfrentam condições insatisfatórias de trabalho, que muitos fingem não enxergar, a saúde dos médicos torna-se uma bandeira a ser erguida pelas entidades médicas e governos. Não são raros exemplos de depressão, estresse e uso de drogas na categoria , inclusive em residentes, tanto que foi criada uma Rede de Apoio aos médicos dependentes químicos da unidade de pesquisa em álcool e drogas do departamento de Psiquiatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Conforme a pesquisa, a violência deixou seqüelas em 39,03% das vítimas, sendo 25,85% de natureza mental/psicológica, 2,93% de natureza física e 10,25% com seqüelas de ambas as naturezas.

Um estudo realizado pela Fundação Seade e pelo Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo chama a atenção para os casos de suicídio na categoria: 11% dos óbitos de médicos na faixa etária entre 20 e 39 anos foram causados por suicídio. Luiz Antonio Nogueira Martins, professor adjunto da disciplina de psicologia médica e psiquiatria social do departamento de Psiquiatria da Unifesp e conselheiro do CRM explica que o suicídio é universalmente conhecido como uma das principais causas de morte em médicos, mas ele chama a atenção para a faixa etária relativamente jovem, ao contrário de estudos realizados em outros países, que mostram uma incidência maior na faixa entre 45 e 60 anos. "Certas condições do trabalho médico fazem com que o exercício profissional, principalmente em alguns serviços de emergência da rede pública de assistência médica, seja considerado uma atividade extremamente insalubre, penosa e perigosa para a saúde física e mental", alerta.

Segundo Nogueira esses riscos estão ligados a relações de trabalho (proletarização, perda da autonomia e competição selvagem); riscos biológicos (exposição a fluidos orgânicos como sangue e secreções), físicos (radiações), químicos (gases anestésicos), ergonômicos (condições de trabalho em especial nos plantões como iluminação, conforto térmico e acústico, alimentação). "A questão da insalubridade ocupacional não pode e não deve ser resolvida somente com compensações trabalhistas como adicionais de penosidade, periculosidade ou de insalubridade na medida em que, embora justos e merecidos, podem eventualmente mascarar o problema ou mesmo protelar medidas necessárias para tornar o ofício menos insalubre e arriscado", avalia.

A fim de proteger o profissional de ataques violentos, a Resolução 090/2000, do Cremesp, no item D.2.2, estabelece: "em locais de trabalho sabidamente violentos e que exponham a risco a integridade física dos médicos no atendimento de pronto-socorro, deverá haver a manutenção de plantão policial ou, na impossibilidade deste, segurança privada".

Essa é a reivindicação da psiquiatra do Centro de referência para álcool, tabaco e outras drogas, da Secretaria de Saúde do Estado, Beatriz Helena de Albuquerque Furtado Rodrigues, que entrou em contato com o Sindicato pedindo interferência para negociar segurança no local. A médica denuncia que a unidade de saúde atende em média 40 novos casos por semana e o estabelecimento não é seguro. Recentemente a psiquiatra foi agredida durante um procedimento. Um paciente que aguardava atendimento invadiu a sala e pegou uma cadeira para arremessar contra a profissional. Graças a ação dos funcionários, ele foi impedido. "Agressão verbal e ameaças são comuns no dia-a-dia dos profissionais do Centro, também ocorrem furtos. Fornecer segurança é oferecer boas condições de trabalho, garantindo a tranqüilidade a funcionários e usuários", ressalta.

A diretora técnica do Centro de Referência em questão, Luizemir Wolney Carvalho Lago, respondeu a denúncia afirmando que a relação médico-paciente é que deve ser melhor trabalhada. "Não é o guarda quem vai me dar segurança, é preciso tratar o paciente com atenção", reflete. A diretora afirmou que recentemente solicitou segurança para o local durante reunião com o Secretário de Saúde, José da Silva Guedes. Segundo Luizemir o Centro está buscando formas de resgatar a humanização no atendimento, realizando reuniões semanais com equipe multidisciplinar.

Violência contra os médicos
Os doze anos de medicina exercidos no Brasil pelo chileno Guillermo Gomez Garcia reúnem uma série de episódios que envergonham e entristecem a profissão - um dia tão respeitada. O médico já foi atingido por um soco no rosto e agredido na cabeça com uma garrafa de vinho. Histórias como estas, num passado não muito distante, eram raríssimas. Hoje, estão se incorporando ao cotidiano médico. Hospitais, prontos-socorros e postos de saúde ameaçam a integridade de profissionais e usuários. É o que aponta a pesquisa (In) Segurança dos Médicos: violência e suas conseqüências em estabelecimentos de Saúde de São Paulo, atualizada pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) em outubro de 2002. De acordo com o estudo 41% dos médicos já sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho, seja física ou verbal. Dos relatos, 48,36% estão relacionados a ameaças, seguido por assalto (26,18%) e agressão física (14,91%).

A pesquisa teve sua primeira versão publicada em janeiro de 2000. Mas, diante das constantes reclamações dos profissionais e do crescente índice de violência que aterroriza toda a sociedade, o Simesp decidiu atualizar o estudo. Os dados são dramáticos, o mais assustador é a ocorrência de seqüestros-relâmpagos cujo crescimento foi de 358,94% em relação ao estudo anterior. O percentual deste tipo de ocorrência saltou de 5,26% para 24,14% das violências de menor incidência (10,55%).

O crescimento de 41,52% do número de médicos que sofreram cinco ou mais atos violentos também chama atenção. O índice representa uma freqüência de 3,82 casos para cada profissional. Os hospitais públicos lideram o ranking das agressões (77,1%). A maior incidência acontece nas unidades de prontos-socorros (61,19%), seguida por ambulatórios (21,64%) e consultórios (17,17%). As zonas Sul e Leste apresentam as maiorias queixas, 32,38% e 29,51%, respectivamente.

Evasão
Assustados pela insegurança, muitos profissionais (23,9%) se afastam (ou gostariam) de determinados locais de trabalho. É o caso da médica Kenya de Sales Flamino, sofreu agressão duas vezes no ambiente de trabalho. Na primeira, levou socos da mãe de uma paciente. O motivo? A Unidade Básica de Saúde não oferecia serviço de tomografia. A agressora só parou com a intervenção dos seguranças. O segundo caso foi na época do PAS, próximo ao local de trabalho, quando dois motoqueiros a abordaram para assaltá-la. Por sorte um policial percebeu a ação dos meliantes, evitando o assalto. A médica chegou escoltada no hospital. Kenya não agüentou a pressão e pediu demissão. "Sinto medo. Evito, ao máximo, trabalhos distantes. Hoje um dos requisitos para eu trabalhar é a localização. Procuro estar o mais próximo possível de casa", comenta.

Ao ser questionada sobre as razões que levam um paciente se voltar contra o profissional, Kenya é enfática: "a população fica revoltada por não conseguir atendimento e desconta nos funcionários do estabelecimento". A pesquisa do Simesp apurou que 24,39% dos médicos atribuem a violência principalmente à desigualdade social, que acaba originando a criminalidade. Outros 14,63% consideram as precárias condições de atendimento ao público devido às péssimas condições de trabalho o principal motivo. Mas, a grande maioria (47,81%) atribui a violência a ambos os motivos.

Na realidade, a falta de segurança resulta na dificuldade de contratação em locais distantes e periféricos. De acordo com José Erivalder Guimarães de Oliveira, presidente do Simesp e um dos coordenadores do estudo da violência, só nos hospitais municipais há um déficit de 500 médicos. "Para solucionar essa problemática é preciso ter equipamentos de saúde adequados e mudar o modelo de atenção à Saúde que se baseia nos hospitais. Essa transformação passa pela adoção do Programa de Saúde da Família, enquanto programa vinculado ao SUS, cujo objetivo é absorver a grande demanda de atenção primária, que chega a sobrecarregar os hospitais. O Estado ainda não conseguiu dar uma resposta a altura da população, por isso ela briga", argumenta.

   

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