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03/05/2004
Para ONG, acidentes com crianças são evitáveis em 90% dos casos

 

Uma pesquisa feita com freqüentadores de shoppings da Grande São Paulo mostrou que em 95% dos carros as crianças pequenas não eram transportadas em "cadeirinhas" no banco de trás. O estudo foi realizado pela ONG Criança Segura Brasil, que na semana passada realizou em São Paulo o 1º Fórum de Prevenção de Acidentes com Crianças, com a presença de nove instituições nacionais e internacionais.

A ONG Safe Kids foi fundada em 1987 nos EUA pelo cirurgião pediátrico brasileiro Martin Eichelberger. Hoje, está presente em 15 países e em quatro capitais brasileiras. Segundo o Ministério da Saúde, no ano de 2001, foram registradas no Brasil cerca de 7.000 mortes por "lesões não intencionais" entre crianças até 14 anos. Estima-se que 40 mil ficaram com incapacidade física permanente e 140 mil tiveram de ser internadas. "As mortes por acidente representam mais que todas as mortes por doenças juntas", diz o cirurgião pediatra João Gilberto Maksoud Filho, presidente da ONG.

No fórum da semana passada, foi criado um comitê justamente com a preocupação de reunir entidades e iniciativas para reduzir os acidentes. Muitas vezes sem a atenção e os cuidados que necessitam, as crianças acabam vítimas de sua própria curiosidade e brincadeiras. Se os adultos não cuidarem delas -num universo com mais carros, com mais velocidade e menos espaço de lazer-, a tendência é que continuem se ferindo em maior número.

Abaixo, trechos da entrevista que o médico Maksoud Filho concedeu à Folha.

Folha - Não há lei que obrigue os pais a manter a criança devidamente "restrita" em cadeirinha no banco de trás dos carros?

João Gilberto Maksoud Filho - Há apenas recomendação, mas não legislação ou multa. Os pais tendem a achar que segurar a criança pequena no colo é mais seguro.

Segundo o Ministério da Saúde, as mortes de criança em acidentes de carro chegaram a 1.250 em 2000. Como em outros casos de acidentes, 90% das mortes e dos traumas poderiam ser evitados. O problema é que não há coleta rotineira sobre as condições em que as crianças foram acidentadas dentro dos carros, o que dificulta ações mais objetivas.

Folha - E os atropelamentos?

Maksoud - Eles ocuparam o terceiro lugar entre os acidentes, com mais de 1.150 mortes, segundo dados do governo. Crianças com menos de dez anos são proibidas de atravessar a rua sozinhas, e a maioria dos pais não sabe disso. Mesmo acompanhadas, elas são vítimas da falta de faixas de pedestre e do desrespeito de muitos motoristas.

Folha - As quedas, segundo dados do ministério, ocupam o quinto lugar, com mais de 800 mortes, segundo dados de 2001. O que explica esse tipo de acidente?

Maksoud - Sem espaços para brincar, as crianças sobem nas lajes para empinar pipas ou sobem nas janelas dos apartamentos. No segundo caso, é possível protegê-las com redes ou grades, mas o que fazer com as casas semi-acabadas das periferias, em que as lajes são espaços de lazer?

Folha - As queimaduras por álcool vinham caindo, mas estão voltando a subir.

Maksoud - A Anvisa, Agência Nacional de Vigilância Sanitária, tinha exigido que o álcool fosse vendido em forma de gel, o que dificulta que se inflame. Com isso, os acidentes caíram 70%, mas os fabricantes conseguiram uma liminar na Justiça e voltaram a vender o álcool líquido.

Folha - Os afogamentos estão em primeiro lugar entre as mortes de criança por acidente, com quase 1.800 casos em 2.000.

Maksoud - São resultados de descuidos no banho, brincadeiras na piscina ou imprudência no mar ou lagoas. No geral, as crianças são vítimas da falta de cuidados dos pais. Elas não utilizam equipamentos de proteção para bicicleta ou skate, pais compram detergentes clandestinos em garrafas de refrigerante, as armas de fogo não são bem guardadas, crianças brincam com sacos plásticos e acabam sufocadas.

AURELIANO BIANCARELLI
da Folha de S.Paulo

   

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