O túnel
de R$ 97,4 milhões construído no cruzamento
das avenidas Rebouças e Brigadeiro Faria Lima teve
engarrafamentos e não evitou que os automóveis
se deslocassem em velocidades semelhantes às dos pedestres.
O corredor de ônibus de R$ 10,5 milhões, com
faixa exclusiva à esquerda, aumentou a velocidade dos
coletivos nesse eixo e reduziu quase pela metade a duração
da viagem da zona sul ao centro.
As duas obras são da Prefeitura de São Paulo,
foram liberadas no final de semana e tiveram nesta segunda-feira
seu primeiro dia útil de teste --marcado pelo improviso.
A ausência de calçadas ao longo das vias e a
presença de passarelas provisórias facilitaram
acidentes.
Duas mulheres foram atropeladas: uma mulher de 73 anos, pela
manhã, na avenida Rebouças; e outra de 72 anos,
à tarde, por um motociclista, numa faixa de pedestres
da avenida Professor Francisco Morato, continuação
da Rebouças e por onde passam os ônibus do corredor
Passa Rápido.
Obras
O novo túnel, batizado de Jornalista Fernando
Vieira de Mello, foi aberto ao tráfego praticamente
dois meses antes da previsão --e a menos de um mês
da eleição, na qual a prefeita Marta Suplicy
(PT) é candidata. Suas obras já haviam provocado
transtornos em bairros como Consolação e Pinheiros.
Quem pensava que a liberação da passagem subterrânea
representaria um alívio ao trânsito ficou frustrado.
Motoristas estiveram parados em engarrafamentos dentro da
própria obra, até mesmo fora dos horários
de pico. À tarde, os carros trafegavam numa velocidade
média de 8 km/h --pedestres andam a 6 km/h. Já
os ônibus circulavam a 17 km/h.
Apesar dos atropelamentos e da lentidão no trânsito
ao longo das avenidas Rebouças/Eusébio Matoso/Francisco
Morato, a prefeitura comemorou as vantagens aos passageiros
de ônibus.
O percurso dos coletivos da rua da Consolação
(centro) ao Campo Limpo (zona sul) foi feito em, no máximo,
41 minutos --contra mais de 75 minutos até então.
"O pobre está feliz da vida. Só não
estou soltando foguete porque não posso fazer campanha
para a prefeita", disse Gerson Bittencourt, secretário
dos Transportes.
Monitoramento
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego)
e a SPTrans (que cuida do transporte coletivo) mandaram 410
homens para monitorar as imediações do túnel
e do Passa Rápido.
Mesmo assim, às 15h, conforme relatório da
CET, a Rebouças era a avenida líder em congestionamentos
em São Paulo, com 4,3 km parados no sentido bairro-centro,
praticamente toda a sua extensão. A situação
era considerada inusitada por superar até as marginais
Pinheiros e Tietê.
A lentidão para os carros foi agravada pelas obras
de aterramento da fiação aérea da Eletropaulo,
contratadas pela prefeitura, e que deixaram alguns trechos
da via com somente duas, em vez de três faixas. Embora
a da esquerda seja exclusiva para os ônibus, ela foi
invadida por motoristas --sem a punição dos
fiscais.
As informações são
da Folha de S.Paulo.
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