SÃO
PAULO - Mesmo licenciada do cargo, a candidata Marta Suplicy
prometeu ontem, a 430 mil comerciários, usar a condição
de prefeita para atender a um pleito que se arrasta desde
1997: a regulamentação do trabalho aos domingos,
com remuneração, rodízio e uma folga
semanal. No Sindicato dos Empregados no Comércio de
São Paulo, ela disse que até dezembro assinará
um decreto regulamentando o trabalho aos domingos. Nesta campanha,
Marta já prometeu congelar o preço da passagem
de ônibus até o fim de 2005, acabou com a taxa
dos motoboys, prometeu antecipar verbas do carnaval e adiantou
a gratificação dos professores e o pagamento
para entidades conveniadas com a prefeitura.
" Sou a favor do trabalho aos domingos, mas não
podemos transformar os empregados em escravos", disse
Marta.
Em corpo-a-corpo na Zona Sul, ela voltou a criticar o ex-presidente
Fernando Henrique e o governador Geraldo Alckmin. Disse que
Fernando Henrique deu “auxílio zero” para
a prefeitura de São Paulo em dois anos de sua administração
e que o governador tucano descumpria a obrigação
constitucional de aplicar 12% da receita em saúde.
Ela mostrou irritação com reportagem publicada
ontem pelo GLOBO, fazendo menção ao seu ar abatido
durante o corpo-a-corpo em São Miguel Paulista, na
véspera. Mas ficou especialmente incomodada com a descrição
do seu cabelo, que naquele dia estava sem escova:
"Cadê a moça que escreveu que eu estava
cansada? Quero ver o cabelo dela como está", perguntou
Marta.
Quando finalmente descobriu quem era a repórter do
GLOBO, pegou em seus cabelos e provocou:
"E seu cabelo, está bom hoje?"
MARIA LIMA
do jornal O Globo
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