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31/08/2006
Ferréz lança livro sobre a guerra de SP

 

Morador do Capão Redondo, ele mostra a realidade da periferia


Ele já foi pintor de parede, trabalhou em padaria e hoje sobrevive da venda de camisetas. Mas ficou conhecido pelas letras de rap e os livros que mostram a vida na periferia paulistana. Aos 30 anos, Ferréz lança hoje na Livraria Cultura, do Conjunto Nacional (Avenida Paulista, 2.073), sua quinta e mais nova obra: Ninguém É Inocente em São Paulo (Editora Objetiva, R$ 24,90).

Com 93 páginas, a obra reúne pequenos contos que fazem o leitor mergulhar no cotidiano e na cultura da periferia. Realidade onde abuso de autoridade policial, balas perdidas e assassinatos fazem parte da rotina e que Ferréz, morador do Capão Redondo - um dos bairros mais violentos da cidade, com nada menos do que 584 favelas - conhece de perto.

"Prestei muito atenção nos diálogos dos manos para escrever em favelês", conta o escritor, que abusa de gírias, palavrões e frases truncadas. A intenção, explica, não é agredir o leitor, mas mostrar um mundo que, em sua opinião, "muita gente não vê ou não quer ver".

Num período em que a violência assusta a cidade, principalmente com os ataques do Primeiro Comando da Capital, Ninguém É Inocente em São Paulo chega oportunamente ao mercado editorial . "São Paulo está vivendo um novo período. Muitas vezes me perguntam se caminhamos para uma guerra. Mas isso já é uma guerra."

O livro é uma homenagem a um grande amigo de infância do autor, morto há um ano e meio na rua onde cresceram. Alex Rodrigues dos Santos, de 23 anos, foi abatido a tiros por dois mascarados. Ninguém sabe ao certo o porquê. "Desconfio que tinha mulher no meio da história", afirma Ferréz, que não se conforma com o fato. "Já vi muito assassinato por lá, mas o de Alex deixou marcas." Um mês e meio após o enterro, o escritor tatuou o rosto do amigo no lado esquerdo das costas.


Contrastes
Ninguém É Inocente em São Paulo conta histórias sobre uma periferia tão acostumada com a violência, que não se amedronta tanto diante dos ataques do PCC. "A gente já virou especialista nessa vida, por isso o PCC não causa tanto tumulto como para vocês." O livro ainda vai além e mostra o contraste entre as realidades das favelas e das mansões, sem no entanto apontar culpados.

"Todo mundo faz algo ilícito", acredita o autor. "Alguns roubam. Outros pagam para poder tirar a carta de motorista sem fazer exame, cortam fila ou ficam de boca fechada diante da demissão injusta do funcionário que mais precisa dentro da empresa."



Valéria França
O Estado de S.Paulo.

   

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