Sempre considerei
injusto os filhos de ricos não pagarem mensalidade
em universidades públicas - é um inaceitável
privilégio, especialmente levando em conta que eles
vieram de escolas privadas [e caras]. Não vejo, porém,
condições políticas, pelo menos neste
momento, para cobrar as mensalidades. Uma viagem a Minas Gerais
me fez ver que existe uma solução intermediária
- e deveria ser urgente.
Acompanhei a experiência de universitários ajudando
no reforço escolar de estudantes da rede pública,
ajudando-os a entender melhor matemática, história,
ciência e português. Tudo isso usando jogos e
brincadeiras.
Conversei com as diretores e professoras da escolas públicas,
todos foram unânimes em dizer que o impacto dos universitários
já se fazia sentir, tanto nas notas como na redução
da evasão.
Temos à nossa frente um tremendo desafio, gigantesco,
de melhorar a educação pública básica.
As universidades exerceriam um enorme papel se preparassem
os estudantes, como em Minas, para ajudar os alunos da rede
pública.
É simples, barato e ajudaria muita gente. Inclusive
o próprio universitário que ganharia certificado
de estágio.
Imaginem como médicos, enfermeiros, engenheiros, arquitetos,
nutricionistas poderiam ajudar estudantes de comunidades pobres,
apenas usando suas habilidades.
O que estou propondo, em poucas palavras, é que os
programas de extensão não sejam o patinho feio
do ensino superior, bem longe do status do ensino e da pesquisa.
PS- Coloquei no site
uma fértil experiência dos universitários
da Faap em uma cidade muito pobre (Barra do Chapéu
(SP), campeã brasileira no teste de qualidade de ensino.
O
milagre de Barra do Chapéu
Coluna originalmente
publicada na Folha Online, editoria Pensata.
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