REFLEXÃO


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pensata
28/08/2007

A melhor bolsa de Lula

A principal marca social do governo Lula é uma obra de Fernando Henrique Cardoso: o Bolsa-Família. Nenhum problema nisso. O presidente tratou de aglutinar os vários programas já existentes e ampliá-los. Ficou melhor do que era, mas até mesmo a idéia de criar um cadastro único com foco na família já estava delineada. Existe, agora, a chance de criar a melhor das bolsas.

Está previsto o lançamento, no próximo dia 5 de setembro, de uma bolsa de R$ 30,00 mensais para jovens entre 15 e 17 anos que continuem estudando. Calcula-se que a medida vá beneficiar 1,7 milhão de adolescentes, a maioria dos quais, segundo as estatísticas, deixam a escola.

A vantagem desse estímulo é óbvia. Muitos dos programas de distribuição de renda chegam a adultos danificados pela pobreza e com poucas possibilidades de inserção no mercado de trabalho. Quando se mantém o jovem na escola, além de tirá-lo da rua e reduzir o seu risco de envolvimento com a violência, pode-se apostar (pelo menos apostar) que ele vá ter menos dificuldade de obter um emprego. Isso se o dinheiro for combinado com uma série de ações complementares, como reforço escolar e atividades extracurriculares que levem à profissionalização. Do contrário, serão apenas mais dois anos de educação pública ruim.

Se o ideal dos projetos de renda mínima é gerar indivíduos autônomos (o que é uma deficiência do Bolsa-Família), a ajuda ao adolescente é o caminho mais sustentável para que se vire sozinho, sem precisar da assistência pública. É, portanto, a melhor das bolsas.

Coluna originalmente publicada na Folha Online, editoria Pensata.

   
 
 
 

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