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reciclagem
01/10/2004

Alunos melhoram aprendizagem com brinquedos

LONDRINA (PR) - Vinte e oito crianças mas também 28 pequenos cidadãos. Na classe de 4 série do ensino básico da Escola Municipal Santos Dumont (Zona Oeste de Londrina) educação se faz brincando. A melhoria geral no aprendizado e no comportamento aconteceu depois que a professora Mércia Maria Cardoso Tavares da Silva começou a incentivar os alunos para que construíssem seus próprios brinquedos a partir de material reciclado. E muita coisa que iria parar na lata do lixo hoje é transformada pelas mãos habilidosas dos pequenos ''fabricantes''.

A idéia de trabalhar com reciclagem de lixo surgiu em um projeto de extensão que ela frequenta na Universidade Estadual de Londrina (UEL). Os alunos foram sensibilizados a usar criatividade para transformar caixas de leite e embalagens plásticas e de papelão em brinquedo. ''Discuti a idéia com eles, eles toparam e começaram a criar'', comemora Mércia. A professora pretende também reciclar papel, mas para isso pede a doação de um liquidificador industrial para tritutar o material.

Desde o ano passado, quando o projeto foi colocado em prática, Mércia conta que os alunos melhoraram o comportamento, o desempenho escolar e desenvolveram a coordenação motora e a sensibilidade. ''A produção dos próprios brinquedos ajudou a diminuir a agressividade e estimulou o entrosamento em grupo'', observou a educadora. Além dos ganhos na aprendizagem, a turma também entendeu brincando, e fazendo seus próprios brinquedos, que o lixo tem graça mas que pode se transformar em problema quando não recebe a destinação correta.

Os comentários da professora são confirmados pelos alunos. A relação de amizade entre eles é perceptível a olho nu. Tido até bem pouco tempo como um aluno problemático, Lucas Donato Muniz, 10 anos, hoje é um dos melhores exemplos da turma. ''Eu era muito ansioso'', confessa enquanto conclui um pequeno vaso feito a partir de uma garrafa plástica de refrigerante. Mas a ansiedade hoje deu lugar aos elogios. Abraçado a Lucas, um colega de classe diz que ''ele tirou a maior nota da classe na última prova''. Em casa, Lucas reparte o que aprende ensinando a irmã de dois anos.

Num outro canto da sala, um grupo de meninos conclui a confecção de uma família real inteira rei, rainha e filhos feita a partir de embalagens de detergentes. A obra é assinada por Marcos Vinicius Pereira, 11 anos, Andrei Maicon Rosa, 10 anos, Ítalo Lucas Paixão, 10 anos, e Kaio Henrique Amatuzo, 10 anos. ''Precisa só ter paciência e imaginação para fazer um brinquedo'', ensinam os alunos. ''Tudo dá para ser reaproveitado'', completam.

As meninas também não ficam atrás. Mariane Veríssimo Ferreira, 10 anos, e Nicoli Gonçalves dos Santos, 11 anos, gostam de fazer jogos. ''É legal porque tem que raciocinar para poder brincar'', dizem. Como aprendizes de inventoras, elas e outras colegas descobriram, por exemplo, que telefone sem fio feito com embalagem plástica funciona melhor do que os feitos com lata.

Mas as lições não param por aí. Ontem, os brinquedos dos alunos foram expostos no IV Seminário de Produção Científica e Projetos Educacionais dos Professores de Município. E a próxima ''aula'' da turma será de solidariedade: boa parte dos brinquedos produzidos serão doados para uma creche pública.


LUCIANO AUGUSTO
da Folha de Londrina - PR

 
 
 

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