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Gosto, mas desconfio dos escolões de Marta Suplicy

Gosto do projeto do Centro Educacional Unificado (CEU), os chamados "escolões", da prefeita Marta Suplicy.

São fundamentados e razoáveis, mas discordo dos argumentos de que o dinheiro seria melhor usado se investido na rede de ensino, em vez de criar núcleos, mais caros e sofisticados, de excelência.

Se bem executados e transformados em laboratórios educativos, os CEUs tendem a ser norteadores para avanços em toda a rede pública. Está certíssimo misturar o currículo escolar com esporte, lazer e cultura. O que parece caro hoje, pode ser barato amanhã, caso se reverta em melhoria da qualidade de ensino. Educadores do Instituto Paulo Freire e do Cenpec, envolvidos no projeto, têm notória competência para desenvolver um currículo sofisticado e treinar professores.

Sobram, porém, motivos de desconfiança. Os CEUs estão sendo apresentados como um cabo eleitoral, em meio a milhões gastos em propaganda. Se os escolões estiverem mais identificados, na visão geral, com um programa político-partidário e não pedagógico, a tendência é que o próximo prefeito que governar São Paulo, pela lógica mesquinha da política, vai abandonar a idéia. E os escolões, como já se viu nas demais experiências desse tipo no Brasil, entrarão em colapso.

Para dar certo, os CEUs necessitam de pelo menos dez anos de experimentação _ é prazo mínimo para construir um novo currículo e treinar os professores. Quem não sabe disso, simplesmente não entende nada de educação.

A saída é tecnicamente fácil, mas, admito, politicamente ingênua: Marta precisa envolver a comunidade, buscar a adesão dos formadores de opinião em educação e fazer parceiros em todos os níveis de governo. O que significa compartilhar a experiência, fazendo-a ter tantos donos que, no futuro, ninguém ousaria interrompê-la.

 
 
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