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Redação
de escola motiva ação contra trabalho infantil
O que seria
mais uma redação para avaliar um aluno do Ensino Fundamental,
se tornou uma potente arma contra o trabalho infantil em São
Paulo. Uma redação feita por César Augusto
Sanchez de Oliveira, de 12 anos, denunciou a existência de
trabalho infantil nas olarias da região. Ao ler o texto,
o professor de história Antônio Sérgio Eduardo,
da Escola Estadual Emília Leite Martins, na periferia de
São Paulo, procurou os pais do garoto. Depois de conversar
com a família, o professor percebeu que a exploração
do trabalho infantil é comum na região. Sérgio
localizou várias olarias que usam a mão-de-obra infantil.
O problema é ignorado pela prefeitura, onde não há
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).
O professor
denunciou a situação à Comissão de Direitos
Humanos, que realiza uma série de viagens para constatar
a exploração do trabalho infantil. Nem bem as investigações
começaram, o órgão encontrou 10 crianças
e adolescentes sendo explorados no trabalho em olarias. O menor
deles tinha apenas sete anos. A vistoria foi feita em Guararema
e Santa Isabel, na região Leste. Nos grandes centros, o trabalho
infantil mais conhecido é o dos meninos de rua e em serviços
domésticos.
No entanto,
o que poderia ser uma história de responsabilidade social
e defesa dos direitos humanos, se tornou um festival de desvarios
e incompetência. Segundo o presidente da comissão,
deputado Orlando Fantazzini (PT-SP), que chefiou as visitas, mesmo
identificando os exploradores de crianças, não é
possível prendê-los. A lei que criminaliza a exploração
do trabalho infantil ainda está em tramitação
no Congresso. Enquanto isso, o professor Sérgio é
punido pela direção da escola, que o acusou de "ignorar
a hierarquia da escola e o conselho tutelar da cidade". A pasmaceira
no Brasil não tem limites.
Leia
mais:
- Olarias
exploram trabalho infantil na Região Metropolitana de SP
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