Geradores
de energia dão prejuízo a empresas
Quem correu
para comprar geradores meses atrás, quando o plano de racionamento
foi anunciado, já se arrependeu. O desaquecimento da economia
somado a metas de consumo de energia mais brandas levaram ao encalhe
do equipamento. Portanto, a prejuízos por parte das indústrias.
Há fabricantes que tentam revender o produto, outros só
usam o equipamento em horário de pico. Há quem ainda
"torça" discretamente para que falte energia em
2002 - e com isso, possa "justificar" o gasto com o maquinário.
A montadora Mercedes Benz tem utilizado seu gerador a diesel novo,
de 1.200 kVa, apenas em horários de pico. Ou seja: quando
o custo pago pela energia durante o dia é muito alto (geralmente
entre as 17:30 horas e as 20:30 horas).
Vários
cancelamentos para a compra do equipamento foram feitos em cima
da hora, uma tentativa das empresas de evitar que o negócio
fosse finalizado. Razões não faltaram para que as
companhias desistissem da encomenda. O preço do produto é
alto - o ágio disparou na época do anúncio
do racionamento de energia elétrica devido à grande
procura. Para se ter uma idéia, alguns equipamentos chegavam
a custar R$ 600 mil.
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Crise
"apaga" necessidade de gerador extra
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Crise
"apaga" necessidade de gerador extra
Quem correu
para comprar geradores meses atrás, quando o plano de racionamento
foi anunciado, já se arrepende da compra. Há fabricantes
que tentam revender o produto, outros só usam o equipamento
em horário de pico. Há quem ainda "torça"
discretamente para que falte energia em 2002 - e com isso, possa
"justificar" o gasto com o maquinário.
"Comprei
um gerador de 1.000 kVa e já tinha um de 750 kVa. Tive que
revender o novo porque vi que não precisava mais. Está
sobrando energia por aí", diz Pio Gavazzi, diretor da
Fiesp e presidente da Micromultec, fabricante de itens para o setor
eletrônico.
A montadora
Mercedes Benz tem utilizado seu gerador a diesel novo, de 1.200
kVa, apenas em horários de pico, ou seja, quando o custo
pago pela energia durante o dia é muito alto -geralmente
entre as 17h30 e as 20h30.
"Até
que não precisaria usar, mas já que compramos, decidimos
não deixá-lo parado", diz Jaime Marcandalli,
responsável pela área na companhia.
Um conjunto
de fatores acabou tornando o equipamento, disputado a tapas meses
atrás, um investimento não tão fundamental.
Algumas companhias registraram forte queda nas vendas de junho até
outubro - devido à retração no consumo- e,
com isso, gastou-se uma quantidade de eletricidade menor do que
a prevista. Setores como o eletroeletrônico, automobilístico
e metalurgia - que sofreram forte desaquecimento- perceberam então
que não seria preciso preocupar-se com a necessidade de atingir
as metas de consumo estipuladas pelo governo.
Até porque
a CGCEL (Câmara de Gestão da Crise de Energia Elétrica)
acabou afrouxando as regras de consumo definidas para as indústrias.
Se, em junho, as indústrias precisavam economizar até
25% do que consumiam, em novembro, a meta de corte tinha sido revista
para menos de 10%. O que tornou ainda mais fácil o controle
do consumo de eletricidade por parte das empresas.
Vários
cancelamentos para a compra do equipamento foram feitos em cima
da hora, na tentativa de as empresas evitarem que o negócio
fosse finalizado. Razões não faltaram para que as
companhias desistissem da encomenda. O preço do produto é
alto -o ágio disparou na época do anúncio do
racionamento de energia elétrica devido à grande procura.
O ágio chegou a alcançar 50% em junho.
"Chegamos
até a pedir um equipamento em junho e pagaríamos R$
70 mil por ele. Cancelamos porque não achamos necessário",
disse Cláudio Delbianco, presidente do Sindicouro (Sindicato
das Indústrias de Curtimento, Couros e Peles). "Não
havia perspectiva de entrega e até foi melhor cancelarmos
mesmo. Agora sobra energia", diz.
Desde ontem,
consumidores residenciais e comerciais têm nova meta no programa
de redução de energia elétrica do governo.
A meta de redução no consumo de luz caiu para 5% no
Norte, para 12% no Sudeste e para 17% no Nordeste.
Nas regiões
Sudeste e Nordeste, as metas das cidades turísticas serão
de 7% e 12%, respectivamente. Mas o governo ainda vai rever as metas
de municípios onde o consumo no verão é muito
superior ao do inverno. Há a possibilidade de não
haver meta nesses lugares, como o Rio de Janeiro.
(Folha de S.Paulo)
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