Casa
Aberta: lugar onde árabes e judeus vivem em paz
Casa Aberta.
Este é o nome do lugar onde crianças palestinas e
israelenses aprendem ser possível conviver e viver em paz.
O centro administrado por árabes e judeus promove a tolerância
em meio a onda de violência no Oriente Médio. Na parede,
um quadro escrito em hebraico, árabe e inglês, sob
o título "Viver em Paz", ensina às crianças
palavras como "concessão", "eles", "amizade",
"coexistência", "esperança" e "futuro".
O termo "guerra" aparece riscado.
Em 1991, a Casa
Aberta passou a abrigar o primeiro centro de Ramle para crianças
palestinas, que têm aulas em árabe e onde se comemoram
festas judaicas, muçulmanas e cristãs. É o
primeiro centro cultural judaico-árabe da cidade. Ramle é
um microcosmo das relações entre a maioria judaica
e a minoria palestina em Israel -18% de seus 70 mil habitantes são
árabes.
Adolescentes
israelenses e árabes participam com frequência de acampamentos
com o objetivo de facilitar sua convivência e prepará-los
para um futuro pacífico. O centro recebe professores judeus
e árabes para que eles possam passar a experiência
de coexistência a alunos e famílias.
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Casa
Aberta ensina paz no Oriente Médio
O encontro entre
uma israelense e um palestino em 1967 abriu caminho para um centro
de promoção da paz que acolhe árabes e judeus
na cidade de Ramle e que se mantém aberto apesar da Intifada,
o levante palestino contra a ocupação israelense.
Vinda da Bulgária,
a família de Dalia chegou a Ramle em 1948 e se instalou em
uma grande casa de pedra, sem saber que ela havia pertencido a palestinos
expulsos da cidade pelo Exército de Israel.
Pouco após
a guerra de 1967, o palestino Bashir al Khayri, 26, bateu à
porta, pediu para ver o local onde viveu e convidou Dalia para ir
a Ramallah, cidade palestina na Cisjordânia para onde se mudara.
Mais tarde,
o pai de Bashir, "idoso e cego", reconta Dalia, visitou
a casa e tocou o limoeiro que havia plantado no quintal. Antes de
morrer, ele costumava apalpar um limão que o pai de Dalia
lhe dera, segundo ela. "Eles bateram à porta e eu escolhi
abri-la", diz Dalia. "Como membro do povo judaico, tenho
direito de assumir responsabilidade por nossa história nesta
terra e pela injustiça que causamos a outro povo."
Dalia resolveu,
após consultar os Al Khairy, dedicar a casa a um centro em
prol da paz. Em 1991, a Casa Aberta passou a abrigar o primeiro
centro de Ramle para crianças palestinas, que têm aulas
em árabe. Também se tornou o primeiro centro cultural
judaico-árabe da cidade. Ramle é um microcosmo das
relações entre a maioria judaica e a minoria palestina
em Israel -18% de seus 70 mil habitantes são árabes.
Na parede, um
quadro escrito em hebraico, árabe e inglês, sob o título
"Viver em Paz", ensina às crianças palavras
como "concessão", "eles", "amizade",
"coexistência", "esperança" e "futuro".
O termo "guerra" aparece riscado.
Adolescentes
israelenses e árabes participam com frequência de acampamentos
com o objetivo de facilitar sua convivência e prepará-los
para um futuro pacífico.
"Nossa
casa está preparando a próxima geração
para encarar a responsabilidade de forjar uma sociedade comum baseada
na igualdade e na solidariedade mútua", diz Michail
Fanous, diretor-executivo. "Começamos com crianças
e percebemos que podemos atingir os adultos. Assim, criamos um grupo
para famílias."
"Meu primo
vive em Ramallah. Não posso simplesmente sentar e assistir
ao que acontece. Preciso promover tolerância", diz. Boa
parte de seus parentes, palestinos, permanece refugiada na Jordânia.
O centro recebe
professores judeus e árabes para que eles possam passar a
experiência de coexistência a alunos e famílias.
Em maio, o centro
levou 75 pessoas a Sakhnin, que perdeu dois de seus habitantes em
confrontos com o Exército israelense em outubro do ano passado.
Foi a primeira vez que judeus visitaram essa cidade árabe
desde então.
"Não
perdemos esperança na possibilidade de uma coexistência
verdadeira", diz Yehezkel Landau, co-diretor da Casa Aberta,
onde se comemoram festas judaicas, muçulmanas e cristãs.
Em julho, 110 árabes e judeus, entre nove e 16 anos, vão
participar do Décimo Acampamento pela Paz.
"Estou
convencido de que ainda vai levar uma geração, se
não duas, para haver compreensão por aqui. A paz ainda
dá mais medo que a violência. O sacrifício envolve
muito mais que território", afirma Michail Fanous.
(Folha de S. Paulo)
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