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terceira idade
08/01/2004
Polícia ensina idoso a não cair em golpes

Os idosos são vítimas em potencial dos estelionatários. Embora não haja estatísticas a respeito, a própria polícia admite que pessoas acima de 60 anos são mais frágeis, principalmente em razão de seu porte físico e da ingenuidade. Nos números oficiais, porém, maus-tratos e abandono ainda lideram a lista de denúncias. O número de boletins de ocorrência registrados na Delegacia de Proteção ao Idoso aumentou nos últimos cinco anos. Foram 418 até 16 de dezembro do ano passado, contra 212 em 1999.

Segundo o delegado Manoel Camassa, um dos maiores especialistas em golpes, os idosos de hoje são remanescentes de uma época romântica, quando o perfil da cidade de São Paulo era diferente, menos violento. “As pessoas honravam seus compromissos e os golpes eram exceções”, diz. Na opinião dele, idosos, principalmente de classes menos abastadas, não conseguiram acompanhar a evolução do crime e, por isso, tornaram-se presas fáceis. “Eles ainda confiam nos outros.”

Camassa afirma que a maioria dos idosos acaba caindo em golpes por causa de sua ingenuidade e não por querer tirar proveito de uma suposta situação vantajosa. “Na hora de preencher um cheque, por exemplo, deixam muito espaço em branco ou então permitem que informações vazem por telefone. Isso já é o suficiente para que pessoas mal intencionadas possam agir contra eles”, afirma o delegado.


Manual
A preocupação da polícia com a segurança dos aposentados é tanta que o delegado Camillo Lellis de Salles Netto, titular da Delegacia de Proteção ao Idoso, elaborou um manual com dicas para evitar a ação de criminosos em agências bancárias, lojas, caixas eletrônicos, ônibus e trens lotados e até mesmo na rua (veja dicas ao lado) . Segundo ele, os golpes mais freqüentes contra os idosos são aqueles em que os estelionatários induzem a vítima a erro para obter vantagens financeiras.

Para o promotor Édson Alves Costa, do Grupo de Atuação Especial de Proteção ao Idoso do Ministério Público, os mais velhos são vítimas tanto da família — quando abandonados ou maltratados — quanto do poder público, na medida em que não encontram asilos, remédios gratuitos ou centros de convivência adequados.

Costa acredita que agora, com o Estatuto do Idoso, muita coisa vai melhorar. “O estatuto veio consolidar tudo aquilo que já existia em leis esparsas. A partir de agora, todos têm os mesmos direitos em nível nacional”, diz. Segundo o promotor, o Ministério Público tem conseguido, por meio de ações judiciais, punir os responsáveis pelo abandono de idosos.


CRISTINA CHRISTIANO
do Diário de S. Paulo

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Crimes mais freqüentes contra aposentados

   
 
   
 

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