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inclusão
08/10/2004
Portadores de deficiência discutem mercado informal

FORTALEZA (CE) - Mulheres com potencial de trabalho mascarado pela cegueira, surdez, autismo, deficiência física ou qualquer outra limitação que funciona como desvantagem na busca de um emprego formal. Situação predominante no Ceará, mas que está sendo revertida com projetos de capacitação e empreendedorismo, ferramentas da inclusão no mercado de trabalho de mulheres com deficiência.

É esse o enfoque do I Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora e Empreendedora com Deficiência no Ceará, promovido pela Secretaria do Trabalhado e Empreendedorismo (SETE) e iniciado, ontem. O encontro tem como principal meta discutir formas de inclusão dessas mulheres no mercado de trabalho, com ênfase no empreendedorismo.

O número de pessoas com deficiência fora do mercado de trabalho ainda é muito grande no Ceará, de aproximadamente 450 mil pessoas. Parcela da população que é carente e não tem acesso à educação básica e enfrenta preconceito. “A mulher já sofre discriminação de um modo geral, imagina a situação de uma mulher deficiente que não tem acesso à escola, mora em favela e depende da ajuda dos parentes”, ressalta o coordenador da célula de inclusão de segmentos especiais da SETE, Marcius Montenegro.

Diante desse quadro de exclusão das pessoas com deficiência, a Secretaria espera colocar no mercado, por ano, 2 mil pessoas com deficiência, até 2006. “Nós não queremos que o portador seja empregado por pena, queremos provar que ele é produtivo e capacitado”, afirma o secretário do trabalho e empreendedorismo, Roberto Matoso.

Além da qualificação profissional que a secretaria realiza através de cursos de capacitação em áreas administrativas e culturais, a idéia agora será fornecer subsídios para que as mulheres possam trabalhar em casa, montando seu negócio.

A via de acesso para essa emancipação depende da parceria entre qualificação e linhas de crédito para pessoas com deficiência, que será articulada pela SETE junto aos bancos. “Sem a inclusão econômica, você não tem a inclusão política”, conclui Matoso.

No primeiro dia do Encontro foram homenageadas 15 mulheres que têm um histórico de luta e defesa da inclusão social de pessoas com deficiência, algumas delas também deficientes, o que já demonstra a quebra do pensamento paternalista que, geralmente, rodeia esse segmento da população, quando se acredita que eles precisam de porta-vozes para lutar.

O I Encontro Nacional da Mulher Trabalhadora e Empreendedora com Deficiência no Ceará será encerrado hoje, no auditório da Federação das Indústrias do Ceará (FIEC), com mini-cursos, apresentações culturais e palestras.

Dados
1,28 milhões de cearenses são portadores de deficiência. Ao todo, 450 mil pessoas com deficiência no Ceará fazem parte da população economicamente ativa, mas apenas 9,5 mil têm Carteira de Trabalho.

Cursos
Cestas de decoração feitas com material reciclado, peças de fácil confecção que para Kátia Barbosa Mendonça, 24 anos, portadora de autismo, representam uma mudança de vida. Depois de participar de cursos de capacitação oferecidos pela SETE, Kátia pode agora contribuir na renda familiar, mas sobretudo, recebeu uma grande dose de auto-estima.

Morando com a mãe aposentada e viúva e com mais três irmãos, ela se sente satisfeita em poder ajudar nas despesas domésticas, mesmo com um lucro ainda pequeno, mas que representa um ganho social impossí vel de ser contabilizado.

A alegria de Kátia, que há seis anos faz parte da Casa da Esperança, uma instituição que trabalha com portadores de autismo, fica visível nas cores fortes dos quadros que ela também pinta.

O artesanato e a pintura foram ferramentas de inclusão não só financeira, mas social, para pessoas como Kátia, e por esse motivo foram escolhidos como primeira área de produção para o projeto de empreendedorismo da SETE. “O artesanato é uma grande possibilidade de inclusão de renda”, avalia o secretário Roberto Matoso.

Pensando nisso, serão oferecidos cursos de capacitação em artesanato e com as linhas de crédito as mulheres com deficiência e mães de pessoas com deficiência poderão adquirir matéria-prima para confeccionar os produtos e poder vendê-los.

A comodidade do trabalho e a criatividade que envolve também são incentivos para o pioneirismo do artesanato. A SETE está desenvolvendo até um selo que será adicionado a esses produtos, identificando que foram fabricados por pessoas portadoras de deficiência, o que será um estímulo para o consumo e uma forma de reconhecimento da capacidade e produtividade dessas pessoas.


As informações são do Diário do Nordeste - CE.

   
 
 
 

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