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economia
11 /05/2004
Brasil e China: uma aposta no futuro

Não há como negar que a China se tornou um caso exemplar de pujante crescimento econômico para o mundo. A locomotiva chinesa acumula expansões sucessivas em seu PIB nos últimos 23 anos, com uma média de crescimento de 8% somente nos últimos oito anos. Em todo esse período viveu apenas duas arrancadas inflacionárias: uma no fim da década de 80 e outra entre 1993 e 1994.

Suas exportações saltaram de pouco mais de US$ 18 bilhões em 1980 para US$ 438,4 bilhões no ano passado. Acumula reservas internacionais de US$ 582 bilhões, é responsável por 7% do consumo mundial de óleo cru, por 31% do de carvão e por 27% do de produtos em aço.

Em contraste, convive com alguns problemas igualmente grandiosos. Da população de 1,285 bilhão de chineses, 250 milhões vivem num padrão de vidamedianamente abastado. Outros 30 milhões ainda estão abaixo da linha de pobreza. A renda per capita é de US$ 1.131. A brasileira anda na casa dos US$ 2.855.

As taxas anuais de desemprego são relativamente baixas, rondam os 4%, mas os salários também o são e as relações trabalhistas têm poucas garantias e direitos. A demanda da emergente classe média por consumo, aliada à abertura comercial da última década, tem pressionado a inflação. Há quem critique e aponte graves falhas no sistema bancário e no financeiro, que poderiam, por exemplo, gerar uma crise de confiança, em especial no mercado externo.

O câmbio fixo em relação à moeda americana - de 8,28 yuans por dólar - também é alvo de críticas, já que barateia o custo dos produtos do país no mercado mundial e provoca a chamada "competição desleal".

Para equacionar toda essa conjuntura, o governo chinês tem feito seu dever de casa. Caminha para uma reforma fiscal, aperta o orçamento das empresas estatais e da máquina do estado, inibe novos empréstimos, tenta desacelerar a construção civil, prospecta parceiros mundo afora para garantir suas demandas por matérias-primas e estancar qualquer suspiro inflacionário.

É nessa última etapa que entra o Brasil e seus interesses comerciais no vasto mercado consumidor chinês, seja para a soja, para o minério, para o petróleo, para o setor financeiro. Não é à toa. Após uma relação formalizada de 30 anos, o governo brasileiro tenta se aproximar ainda mais do parceiro que, junto com Índia e Rússia, forma o grupo emergente com maior potencial para desbancar até 2050 as hoje seis maiores economias mundiais.

As conveniências para ampliar essa relação são facilmente identificáveis tanto para China, quanto para o Brasil. Mas o caminho a percorrer é longo. As exportações brasileiras para a China, apesar de estarem crescendo em grande ritmo ainda são ínfimas. Não chegam a dez as empresas brasileiras enraizadas em território chinês. Os empresários chineses, por sua vez, vendem muito para cá - e para todo o mundo - mas ainda não há significativos investimentos diretos no país.

No próximo dia 23, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva desembarca em Pequim, para dar impulso a essa aproximação. Uma vasta comitiva de empresários, banqueiros e potenciais investidores estará acompanhando a visita presidencial. Para discutir o desafio de uma aproximação maior entre os dois países, a Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) e o Itamaraty realizarão seminários na China, que terão cobertura em tempo real do Globo Online.

Até lá, este site especial apresentará um pouco da relações entre dois países tão diferentes e tão cheios de semelhanças e seus desafios para o futuro.

 

 

As informações são do Globo Online.

   
 
 
 

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