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Engenharia social
11/12/2003
Fusão de 3 pastas da área social volta a ser debatida em Brasília

 

A 12ª Conferência Nacional de Saúde "ressuscitou" a idéia de integração das áreas que compõem a Seguridade Social -Previdência, Saúde e Assistência Social- para fortalecer o setor frente ao Ministério da Fazenda. As três somam, no próximo ano, um Orçamento de mais de R$ 208 bilhões.

Durante o debate, o secretário-executivo do Ministério da Previdência, Álvaro Sólon de França, defendeu a unificação dos três ministérios: "Sou defensor há muito tempo do Orçamento da Seguridade. Em casa onde falta pão, todo mundo briga e não tem razão. Defendo o Ministério da Seguridade e a gestão quadripartite".
Após o debate, França disse que fazia a defesa como estudioso do assunto.

"Não é questão de governo ainda. Creio que um caminho é o amadurecimento na sociedade." Gestão quadripartite é aquela da qual participariam a Saúde, a Previdência, a Assistência Social e o Conselho da Seguridade Social, um órgão de controle do qual fariam parte usuários, prestadores de serviços e trabalhadores.

Já o Ministério da Saúde defende a integração programática das áreas e o fortalecimento do conceito de seguridade. Segundo Jorge Solla, secretário de Atenção à Saúde da pasta, a idéia é "resgatar" o conceito não só para fortalecer políticas sociais, como facilitar ações conjuntas: "O trabalhador que se acidenta tem direito a um benefício. Ele tem toda a assistência no SUS, mas, como o sistema não se articula com a Previdência, para pegar o benefício, ele tem de entrar por outra porta".

Em documento elaborado para orientar os seus delegados na conferência, o Ministério da Saúde defende que 30% do Orçamento da Seguridade vá para a pasta, conforme previsto nos Atos das Disposições Constitucionais Transitórias na Constituição.

A idéia de unir as áreas surgiu em 1993, a partir de proposta do então deputado federal Eduardo Jorge, hoje no PV, coordenador-geral da conferência. Além da criação do superministério, a proposta vinculava receitas para cada área: "Isso teria de ocorrer por emenda constitucional. Não é coisa para este governo. Defendo que essa área se una, defenda-se, trabalhe integrada", disse Jorge.

"Precisamos recompor progressivamente o orçamento da seguridade para brevemente exigirmos 30% disso para a saúde", disse José Carvalho de Noronha, professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

"É uma questão polêmica. Temos de pensar melhor se é aparentemente uma solução", disse Maria Eugenia Carvalhaes Cury, da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social da CUT: "Fico imaginando esse ministério como um paquiderme. Talvez a principal questão seja a retomada de um Conselho Nacional de Seguridade Social para controle e acompanhamento".

O ministro da Fazenda, Antonio Palocci Filho, não quis comentar a unificação: "A questão da mudança de ministérios, eu não posso dar opinião porque sou um ministro [...] Não me cabe opinar sobre como o presidente vai organizar seu ministério. Essa é uma decisão do presidente". Disse porém que todos os esforços do governo vão nessa direção: "Todas as nossas prioridades estão voltadas para que possamos ter uma política econômica que ajude o projeto social do presidente Lula".





Fabiane Leite,
da Folha de S.Paulo, em Brasília.

   
 
 
 

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