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Mercado
10/12/2003
Fiesp prevê criação de vagas ainda em 2003

O nível de emprego na indústria de transformação paulista deverá crescer até 0,5% neste ano em relação a 2002, o que representará a criação de 2.000 a 5.000 vagas. A estimativa foi apresentada ontem pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e representa uma revisão da projeção mantida até outubro de eliminação de 6.000 postos de trabalho neste ano.

A mudança na previsão foi consequência da confirmação de retomada em novembro, quando, ao se expandir em 0,29%, o nível de emprego cresceu pelo terceiro mês consecutivo. Em termos percentuais, trata-se do melhor resultado para um mês de novembro desde 1994.

No total, foram criadas 4.418 vagas no último mês. No ano, o saldo está positivo em 9.956 postos de trabalho criados. Deverá cair, no entanto, porque dezembro, tradicionalmente, é um mês de demissões na indústria.

Se confirmada a nova previsão da Fiesp, 2003 será o segundo ano, desde 1995, no qual o saldo entre contratação e demissão na indústria paulista será positivo. Isso ocorrera em 2000, quando haviam sido geradas 27.416 vagas.

Os dados recentes confirmam, segundo Clarice Messer, diretora da Fiesp, a percepção de que um ciclo de crescimento está se iniciando. "O mês de novembro, claramente, revela uma melhoria no nível de emprego", afirma Clarice.

Apesar da recuperação, ressalva a diretora da Fiesp, o nível de emprego na indústria continua baixo, se comparado a anos anteriores. Em relação a novembro de 1994, por exemplo, o universo de trabalhadores empregados na indústria de transformação continua em patamar 30% inferior.

Concentração
Os dados divulgados ontem pela Fiesp confirmam tendência verificada pela produção industrial, medida pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de recuperação ainda restrita aos setores de bens de capital e bens de consumo duráveis.

"Além das áreas ligadas à exportação, há focos de recuperação tanto em bens de capital como em bens duráveis", diz Clarice.

Os dados acumulados entre janeiro e novembro deste ano mostram que os setores com maior geração de emprego na indústria paulista ainda são aqueles voltados para a produção externa. São os casos de congelados (17,7%), calçados de Franca (17,2%) e matérias-primas e fertilizantes (9%).

Mas há exemplos de setores de bens de capital com boa expansão no nível do emprego industrial no ano, como materiais e equipamentos ferroviários (8,3%) e máquinas (5,3%).

Já entre os segmentos que mais eliminaram vagas estão os ligados à construção civil.
Em novembro, se destacaram, principalmente, setores favorecidos pelas festas de fim de ano, como doces e conservas alimentícias (3,47%) e gráficas (2,83%).

Mas há também exemplos de indústrias de bens de capital que continuaram o processo de retomada de contratações em novembro, como máquinas (0,78%) e materiais e equipamentos ferroviários (3,43%). Já os setores mais dependentes de recuperação no nível de renda, como malharias e meias e bebidas em geral, continuam demitindo.

 


Érica Fraga,
da Folha de S.Paulo.

   
 
 
 

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