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vergonha
13/10/2004
Jornal inglês chama Rio de cidade da cocaína

LONDRES. Numa contundente reportagem de duas páginas, o jornal “The Independent”, um dos principais da Grã-Bretanha, classificou ontem o Rio como a cidade da cocaína e da carnificina. Usando como pano de fundo o assassinato do traficante Escadinha, no mês passado, o jornal apresenta ao público britânico e europeu um panorama sombrio da guerra das autoridades cariocas contra o tráfico, exibindo estatísticas de assassinatos para mostrar que há um crescimento da violência.

O jornal compara a violência carioca à encontrada em áreas de conflito como a Chechênia, o Sudão e a Faixa de Gaza, acentuando que nesta última o confronto entre palestinos e israelenses matou menos do que no Rio entre 1987 e 2001.

Em nota oficial, a Secretaria estadual de Segurança Pública afirmou ontem que tem enfrentado frontalmente o tráfico e que, em levantamento do Ministério da Justiça divulgado em 2003, com base em dados de 2002, coloca o Rio em sétimo lugar no país em número de homicídios dolosos. O secretário de Segurança Anthony Garotinho está licenciado para acompanhar a campanha do PMDB no interior do estado.

Na reportagem, o jornal inglês diz que o Rio tem o maior índice de mortes por armas de fogo no Brasil e relembra que os assassinatos ocorridos no país entre 1980 e 2000 superam as mortes em quase 27 anos de guerra civil em Angola. O “Independent”, com referências ao filme “Cidade de Deus”, afirma ainda que “os moradores das favelas apóiam os traficantes por medo ou por afinidade, já que o poder público não demonstra poder de reação”.

O “Independent” diz ainda que o Rio é uma cidade sem futuro para milhares de adolescentes envolvidos com o tráfico. A reportagem é apenas mais uma das críticas sobre a violência no Brasil da mídia britânica nos últimos meses.

Numa delas, o “Financial Times”, criticou a Prefeitura e o estado por causa da idéia de se fazer um muro em torno da Rocinha. Há duas semanas, o jornal classificou o Rio como uma das cidades mais perigosas do mundo para o trabalho dos jornalistas, relembrando, conforme mostrou Ancelmo Góis em sua coluna de anteontem, o assassinato de Tim Lopes. Em maio, uma reportagem do Canal 4 sobre o conflito da Rocinha apontou a ineficiência das autoridades e exibiu entrevista com um suposto soldado do tráfico ligado ao bandido Dudu, que tripudiou sobre o possível uso das forças armadas na favela.

 

FERNANDO DUARTE
do jornal O Globo

   
 
 
 

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