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educação
16/03/2004
Número de escolas privadas cresceu 135% em 7 anos; o de alunos só aumentou 15%

SÃO PAULO - O número de escolas particulares no estado de São Paulo cresce mais do que o número de alunos. Levantamento feito pelo Sindicato dos Estabelecimentos Privados de Ensino do Estado de São Paulo mostra que entre 1996 e 2003 o número de escolas particulares cresceu 135%, enquanto o de alunos aumentou apenas 15%.

O estado tem hoje 6.047 escolas privadas de ensino regular (educação infantil e ensinos fundamental e médio), das quais 3.193 têm no máximo 100 alunos. No total, elas têm 1,301 milhão de alunos.

De 2002 para 2003 abriram 541 novas escolas particulares em São Paulo, das quais 370 oferecem o ensino regular. O número de estudantes aumentou em 170 mil, mas apenas 24.355 ingressaram em educação infantil ou no ensino Fundamental e Médio. Os demais foram para escolas particulares que atuam em outras áreas, como técnicas ou de educação de jovens e adultos. As escolas públicas aumentaram em 243 unidades e absorveram mais 190 mil alunos.

"O levantamento mostra que não estamos perdendo alunos para escolas públicas. A concorrência entre as escolas particulares aumentou e uma está tirando aluno da outra. Os pais procuram as escolas que cabem no seu orçamento", afirma José Augusto de Mattos Lourenço, presidente da entidade.

Além de perderem alunos para escolas mais baratas, as escolas particulares enfrentam ainda o problema da inadimplência. A taxa de inadimplência, que foi de 3% em 2001, passou para 7% em 2002 e chegou a 10,8% no ano passado.

Roberto Prado, diretor-executivo do sindicato, diz que o levantamento serviu para derrubar o mito da saída de alunos para a rede pública, mas é também um alerta para o setor. Prado diz que o sindicato está recomendando que as escolas voltem às suas origens.

"Muitas escolas, que surgiram com um bom trabalho no ensino fundamental, ampliaram seus serviços e passaram a oferecer também o ensino médio. Quem tiver problema para adequar custos pode fazer parceria com outras escolas da área: uma oferece ensino médio, outra o ensino fundamental", diz ele.

O presidente da entidade explica que as escolas proliferaram por causa do desemprego. Muitos educadores e até executivos que perderam seus empregos decidiram investir no setor, abrindo estabelecimentos de ensino.

"As escolas têm hoje um problema de gerenciamento. Quem não tiver uma boa análise de custo e deixar de investir em tecnologia e qualidade vai deixar de existir", diz Lourenço.




CLEIDE CARVALHO
do Globo Online

   
 
 
 

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