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pressão
16/03/2004
Lula anuncia hoje pacote de medidas para atender municípios

BRASÍLIA - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anuncia hoje um pacote de medidas para atender aos municipios: a distribuição de 1.480 ambulâncias, num custo de R$ 300 milhões, e o programa nacional de saúde bucal, com previsão de outros R$ 300 milhões em recursos federais para tratamento dentário no Sistema Único de Saúde (SUS), até o fim do ano. No setor de educação, um reforço de R$ 246 milhões para compra e manutenção de transporte escolar no Brasil. É que, a partir de agora, cada município receberá R$ 0,38 por cada aluno transportado diariamente de casa até as escolas, assegurando a conservação dos ônibus escolares.

A boa nova é uma tentativa de neutralizar a pressão de cerca de dois mil prefeitos que, em sua II Marcha, chegam hoje a Brasília com uma pauta de reivindicações que soma aumento de repasses de R$ 10 bilhões a curto prazo.

Para a elaboração do discurso do presidente - programado para as 17h30m - foi criado um grupo de trabalho com a missão de selecionar notícias positivas. Sob a coordenação do subchefe de Assuntos Federativos, Vicente Trevas, a equipe elegeu, por recomendação de Lula, só os programas que estão prestes a ser executados, especialmente nos ministérios da Educação, Saúde e Cidades. Um deles é o programa de saúde bucal que, com orçamento de R$ 297 milhões até dezembro, será lançado amanhã em Sobral e garantirá a criação de 25 mil novos empregos ainda este ano. Com distribuição de kits escolares de higiene bucal e adição de fluor na água, o programa não só inclui a montagem de clínicas dentárias, como a de Sobral, como a participação de dentistas na equipe do programa de Saúde da Família. Em três anos, o programa consumirá R$ 1,5 bilhão.

Ainda na área de saúde, Lula deve anunciar a expansão do Serviço de Urgência e Emergência (Samu) - hoje restrita a oito municípios - com a entrega de 480 ambulâncias dentro de 60 dias. Pelo programa - que prevê a entrega de 1.040 ambulâncias até junho, atendendo a 83 milhões de pessoas em 1.505 municípios - são criadas unidades de emergência móvel em convênio com as cidades. Além de aparelhadas para o atendimento em caráter de emergência, as unidades farão a triagem de pacientes para encaminhamento aos hospitais credenciados. A meta é distribuir 1.480 unidades - incluindo UTIs móveis - até o fim do ano, com atendimento a 118,7 milhões de pessoas.

Na área de educação, o governo ainda estudava ontem o reajuste dos recursos destinados ao programa Dinheiro Direto na Escola. Durante a marcha, o governo instalará quiosques no hotel para atendimento dos prefeitos. No da Eletrobrás, por exemplo, serão apresentados projetos como o Reluz, que prevê R$ 400 milhões este ano para expansão e modernização da iluminação pública no Brasil.

No discurso, segundo integrantes do governo, Lula fará ainda uma prestação de contas aos prefeitos. Em comparação à pauta da marcha do ano passado, o governo teria atendido a 80% das reinvindicações. Para os prefeitos - que apresentam 30 itens em sua pauta de pleitos - ainda é pouco.

As reivindicações vão do aumento do Fundo de Participação dos Muncípios (FPM) de 22,5% para 23,5% da arrecadação do IPI e do Imposto de Renda até o aumento de recursos da merenda escolar a do transporte rural. Ontem, o presidente da Confederação Nacional dos Muncípios (CNM), Paulo Ziulkoski (PMDB-RS), disse que a expectativa dos prefeitos é que o presidente Lula anuncie hoje o aumento dos repasses da merenda escolar, que é de apenas R$ 0,13 por criança matriculada em escolas públicas, o que não está previsto no orçamento.

"Não estamos aqui para brigar apenas por recursos. Queremos a definição de competências, a divisão do ônus e do bônus entre os níveis de governo, segundo os princípios da descentralização. A reconstrução do pacto federativo é um assunto urgente", disse o presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.

Em meio à complexa pauta dos prefeitos, a repartição dos recursos da Contribuição de Intervenção do Domínio Econômico (Cide) promete ser um dos assuntos mais polêmicos do encontro de Brasília. A MP da Cide, que a partir de ontem começou a obstruir a pauta de votações na Câmara, consegue desagradar a prefeitos e governadores. Entre governadores, a intenção é apoiar a MP da Cide no que for consenso, votando os destaques contra o governo.

"Do jeito que está, os governadores não recebem nem 12% dos recursos. E o acordo era de 25%. O governo pode até tentar ir para o voto contra os governadores. Mas acho melhor negociar, sob o risco de perder", avisou o governador do Amazonas, Eduardo Braga (PPS).

A marcha dos prefeitos se estenderá até quinta-feira. Hoje, na abertura do encontro estão sendo esperados o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), e o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP). Durante os três dias dos debates estão sendo esperadas ainda a presença de 12 ministros e vários governadores, entre eles Aécio Neves, de Minas Gerais, Zeca do PT, de Mato Grosso do Sul, e Germano Rigotto, do Rio Grande do Sul.




CATIA SEABRA
LISANDRA PARAGUASSÚ
VALDEREZ CAETANO
do jornal O Globo

   
 
 
 

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