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previsão
16/12/2003
'Lua-de-mel' de Lula está acabando, diz 'Economist'

O centro de estudos Economist Intelligence Unit (EIU) acredita que, em 2004, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai enfrentar obstáculos políticos e dar mais ênfase às reformas sociais, a fim de manter sua base de apoio.

No entanto, o centro, que pertence ao mesmo grupo da revista The Economist, diz que o compromisso do presidente com a atual política econômica ortodoxa vai continuar.

Os comentários fazem parte das previsões da EIU para 2004, segundo as quais o "período de lua-de-mel do novo governo" está terminando, com "sinais crescentes de descontentamento, especialmente por parte dos defensores tradicionais do partido ede um grupo de parlamentares da esquerda do PT".

E é justamente para atender a esse público que o governo vai buscar soluções para problemas relacionados a pobreza e marginalização, "por meio de programas de redistribuição de renda, reforma agrária e de bem-estar social", diz o centro.

'Ortodoxia
Para a EIU, quando começar a campanha das eleições municipais, marcadas para outubro, a oposição vai tentar "destacar as falhas do governo, incluindo o começo medíocre do programa Fome Zero e controvérsias sobre subsídios a projetos culturais".

Mas o centro de estudos observa que o governo tem restrições na área fiscal para avançar nos projetos sociais.

Por isso, "progresso nessas áreas vai depender da habilidade do governo em negociar concessões de grupos privilegiados, melhorar a eficiência do gasto público e canalizar os recursos disponíveis para os mais pobres".

O crescimento (da economia) pode ser maior do que estamos prevendo devido à extensão da capacidade ociosa em setores menos orientados para exportação.


A EIU observa que o governo vem mantendo "a estrutura macroeconômica ortodoxa herdada da administração anterior, que engloba disciplina fiscal, regime de câmbio flutuante e metas de inflação".

Nas suas previsões para 2004, o centro de estudos diz que a política econômica deve continuar a ser determinada pelas metas do programa com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Nisso estaria incluído o superávit primário (resultado das contas públicas que exclui receitas e despesas financeiras) de 4,25% do Produto Interno Bruto (PIB).A EIU, contudo, acredita que há algum espaço para relaxar essa política em 2004 para estimular a economia, embora o governo "vá permanecer cauteloso".

Crescimento
No estudo, que analisa as perspectivas econômicas de 190 países, a EIU prevê que o Brasil cresça 2,2% em 2004, depois de uma expansão de apenas 0,6% neste ano.

A EIU prevê que novos cortes de juros e a volta da confiança no país devem estimular a recuperação do consumo e dos investimentos. Esses fatores, junto com continuado aumento, "embora modesto" das exportações, devem impulsionar a economia.

"O crescimento (da economia) pode ser maior do que estamos prevendo devido à extensão da capacidade ociosa em setores menos orientados para exportação", prevê.

No entanto, a expansão deve permanecer abaixo do potencial, segundo a EIU, devido à rigidez estrutural e dificuldades de acesso a crédito do setor privado.



MARIA LUIZA ABBOT
da BBC Brasil

   
 
 
 

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