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lula
18/05/2004
Não existem planos milagrosos para chegar ao crescimento sustentado

Em discurso de 30 minutos quase sem improvisos na abertura do XVI Fórum Nacional do Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae), no BNDES, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que o objetivo de seu governo é promover “um novo ciclo histórico de crescimento sustentado”. O presidente afirmou, porém, que não serão inventadas fórmulas para chegar a esse ritmo de expansão.

"Trata-se de um caminho que deve ser construído dia a dia. Caminho que é incompatível com planos supostamente milagrosos, com pacotes aparentemente mágicos. Em uma palavra: com atalhos inexistentes para o progresso e a justiça", afirmou Lula.

O presidente voltou a criticar o governo passado, mas defendeu idéias muito semelhantes às pregadas pelo então ministro da Fazenda de Fernando Henrique Cardoso, Pedro Malan, exatamente há cinco anos, no XI Fórum Nacional. Lula disse que não há incompatibilidade entre controle econômico e desenvolvimento e defendeu a parceria de investimentos públicos e privados e o papel do Estado como regulador da economia, ao tratar do tema do fórum deste ano — “Economia do conhecimento, crescimento sustentado e inclusão social”. As mesmas idéias foram defendidas por Malan em sua palestra no dia 17 de maio de 1999, sobre “Crise Mundial e Agenda do Crescimento”.

BNDES
O presidente atacou a política econômica do governo Fernando Henrique, ao afirmar que a principal tarefa de seu governo, no ano passado, foi superar a crise, recuperar a estabilidade e reduzir a vulnerabilidade:

"Foi o primeiro e imprescindível passo no sentido de virar a página de quase uma década de estagnação."

Ao defender a reforma tributária aprovada no ano passado e dizer que ela não pode reduzir de imediato a carga de impostos, ele novamente criticou o antecessor:

"Há os que se recusam a reconhecer os inegáveis avanços da reforma tributária porque ela não reduziu de imediato os impostos, e nem poderia fazê-lo, sob pena de grave irresponsabilidade, dados os desequilíbrios acumulados ao longo de muitos anos nas contas públicas e que levaram o país a contrair uma elevada dívida. Apesar das notórias dificuldades orçamentárias que herdei, não houve nem haverá aumento de carga tributária no meu governo."

Ao comentar os investimentos em infra-estrutura previstos em seu governo, Lula defendeu o BNDES e disse que às vezes a falta de bons projetos impede a liberação de financiamentos:

"Muitas vezes, nós ficamos chorando muito, e o BNDES pode ser prova disso, de que nem sempre por trás da choradeira tem um bom projeto para receber os investimentos necessários para que uma indústria ou algo novo possa acontecer no nosso país."

Lula criticou o processo de retirada do Estado brasileiro da economia nos anos 90:

"Talvez tenha sido este um dos campos mais traumáticos das ilusões vividas no anos 90, de que bastava o Estado afastar-se, vendendo os ativos em seu poder, para que os mercados suprissem, de forma perfeita, esse bem vital. Muito mais do que imperfeições, o que houve foram experiências fracassadas e escândalos internacionais", afirmou, antes de criticar também a política industrial na década passada.


As informações são do jornal O Globo.

   
 
 
 

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