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19/12/2005
Projeto de articulação comunitária em escola do Morro Doce estanca em troca de gestão

Carolina Lopes

Escolas públicas enfrentam problemas que vão de qualidade à quantidade. Falta professor, material, vagas e outras demandas. Como se não bastasse a carência financeira, elas enfrentam ainda um problema que acomete de modo geral todos os órgãos públicos: a interrupção de trabalhos na troca de mandatos. A Escola Municipal de Educação Fundamental Paulo Prado, localizada no bairro do Morro Doce, região de Perus, é um desses casos.

Anos antes de virar Projeto de Lei na mão da Vereadora Soninha/PT o trabalho comunitária que integra as escolas aos seus respectivos bairros, a EMEF já se articulava. Em 1998 começaram os encontros de educadores, moradores da região e ONGs. Em 2002 o Projeto da Microrregião ganhou fôlego e passou a ser um plano político-pedagógico da escola. A Subprefeitura de Perus iniciou um trabalho conjunto. Professores da EMEF Paulo Prado, na liderança da articulação, se reuniam com educadores de outras 5 escolas da região e com os demais envolvidos para elencar quais os problemas comuns destas escolas e do bairro, que envolvessem a comunidade escolar. Constatadas tais dificuldades, o grupo se dividia para buscar meios de superá-las. Muitas carências foram resolvidas a partir dessa articulação.

Segundo Flávia Asbahr, psicóloga que realizou tese de mestrado durante o ano de 2003, pesquisando a elaboração do projeto político pedagógico e a articulação desse projeto com a atividade pedagógica dos professores da EMEF, disse que até o término de seu trabalho o projeto funcionou muito bem. Mas, no ano de 2004, quando assumiu a atual prefeitura, o projeto foi perdendo força, a freqüência das reuniões foram diminuindo.

Hoje o projeto está estancado. A Coordenadoria da Educação informou que ele está parado para avaliação desde 2003 e sem prazo para o parecer oficial determinando se o projeto continua ou outro entra no lugar. A diretora da escola, por sua vez, que está na escola desde o início do projeto, não quis se pronunciar a respeito.

A conclusão de Asbahr, em sua tese, condiz com o estágio atual do projeto. Durante a pesquisa, ela notou que há uma dificuldade de se construir um projeto político-pedagógico no ensino público devido às restrições burocráticas e de estrutura. Asbarh também percebeu que muitas vezes o trabalho só segue adiante por conta do que chamou de “militância educacional”. “Quando esses professores se deparam com uma realidade que não condiz com o que sonham, adoecem”, conta. Em seu controle, durante o ano pesquisado, todos os dias há um relato de doença entre os professores da escola. Dois, que segundo a pesquisadora eram um dos mais ativos no projeto, tiveram problemas mais graves. Um deles desenvolveu um uma hipertensão e a outra professora chegou a ter câncer, mas se curou após afastamento.

   
 
 
 

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