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trabalho
25/03/2004
Emprego e renda voltam a cair na Grande SP

Após se estabilizar em janeiro deste ano em 19,1%, a taxa de desemprego na região metropolitana de São Paulo subiu para 19,8% no mês passado, segundo a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados) e o Dieese (Departamento Intersindical de Estudos Sócio-Econômicos).

É o pior resultado para um mês de fevereiro desde 85, quando a pesquisa começou a ser realizada. De acordo com o levantamento, 109 mil postos de trabalho foram eliminados no mês, e a taxa de desemprego teria sido ainda maior se 51 mil pessoas não tivessem desistido de procurar emprego.

O corte de vagas, formais e informais, ocorreu em todos os setores: 42 mil em serviços, 25 mil no comércio; 21 mil na indústria e 21 mil na construção civil e no trabalho doméstico.

Embora projetem um cenário negativo para a região metropolitana de São Paulo, os dados aparentemente vão na contramão de números divulgados na semana passada sobre empregos formais nas indústrias de todo o Estado.

Segundo o Ministério do Trabalho, a indústria paulista criou em fevereiro 16.707 vagas com carteira assinada. Para especialistas, a discrepância entre os números sugere que a indústria está criando mais vagas no interior paulista do que na capital.

Além disso, parte da explicação para a piora nos dados do Seade-Dieese, segundo a gerente de análises da Seade, Paula Montagner, é sazonal. "Os últimos meses do ano são tradicionalmente mais aquecidos e criam vagas temporárias, que acabam sendo eliminadas nos primeiros meses do ano."

Para a economista, uma eventual recuperação só deve acontecer em abril. "Em março acreditamos que vá haver alta na taxa, como ocorre historicamente", diz.

A renda real média dos ocupados teve, em janeiro, queda de 1,1% em relação a dezembro do ano passado: passou de R$ 998 para R$ 987. Em relação a janeiro de 2003, houve alta de 4,7%. Para o Dieese, a alta decorre de "efeito estatístico": o desemprego afetou mais pessoas com remuneração menor, elevando a renda média dos que continuam empregados.

Para o ministro do Planejamento, Guido Mantega, há uma demora entre a retomada do crescimento e a criação de emprego. "Temos de ter um pouco de paciência", afirmou.





MAELI PRADO
da Folha de S.Paulo

   
 
 
 

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