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consulta nacional
25/08/2005
Violência doméstica ainda é tida como uma discussão privada

Marina Rosenfeld
especial para o GD


Até 2004 apenas 110 mil casos de violência doméstica foram notificados pelo LACRI (Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo), apesar de especialistas alegarem que, na realidade, os números são muito superiores aos apresentados.

"Essa é apenas a ponta de um iceberg", disse Maria Amélia Azevedo do LACRI, durante a Consulta Nacional sobre Violência contra a Criança e o Adolescente, entre os dias 23 e 25 de agosto, referindo-se à falta de números mais substanciais em relação aos diferentes tipos de violência doméstica.

Para Simone Diniz, da faculdade de saúde pública da USP, não é só a falta de números que preocupa, mas também a falta de debate sobre o que fazer com os agressores, que na maioria das vezes são do sexo masculino. "Só se vê a responsabilidade das mulheres, não se vê a responsabilidade do pai, nem do Estado ou então a ausência destes", comentou.

Segundo Aparecida Gonçalves, da Secretaria de Políticas Especiais para Mulheres (SPEM), a violência doméstica, por acontecer dentro de casa, ainda é tida como uma discussão privada e não como algo público. "Só é possível enfrentar esse tipo de violência quando for criada uma política nacional que diga que isso crime. Precisamos também ampliar o número de delegacias especializadas no atendimento à mulher e fortalecer esse instrumento como meio de responsabilizar o agressor. Isso não significa prisão, mas também não significa impunidade".

Ainda para Aparecida, a violência doméstica é fruto das relações de poder estabelecidos na sociedade, seja entre homens e mulheres, negros e brancos, crianças e adultos. "Há uma herança patriarcal muito grande, em que a família tem um chefe homem. Mas como podemos dizer que o chefe é o homem se na sociedade brasileira 35% das mulheres são chefes de família?", questionou.

Ao término da palestra "Violência Doméstica", Amélia complementou dizendo que "vivemos numa sociedade que é muito tolerante a esse tipo de violência".

   
 
 
 
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