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Leia
repercussão da coluna: A
verdadeira Fome Zero
Prezado
Gilberto,
Todos
nós temos uma amiga festeira - pois bem nossa
amiga de ginásio festeira resolveu esses dias
reunir o pessoal que estudou junto na década
de 70.
Ficamos
lembrando de nosso tempo e só agora, adultos,
nos demos conta daquela época. Morávamos
em uma cidade de pouco mais de 40 mil habitantes, e
muitos de nós em bairros pobres, sem asfalto
ou água encanada, mas estudávamos no mesmo
colégio onde estudavam os filhos dos industriais
da cidade, dos profissionais liberais etc.
Em
matéria de estudo, não havia esse fosso
que há hoje - quase ninguém ia estudar
em escola particular . Também por causa disso,
os filhos das pessoas mais bem situadas economicamente
eram nossos amigos, sem discriminação.
Não se percebia essa diferença. Muitos
de nós prestaram vestibular e entraram em ótimas
faculdades, sem terem feito cursinho (eu mesma fui uma
delas - não teria dinheiro para pagar cursinho).
Hoje, fora alguns fracassos por problemas pessoais diversos,
somos pessoas de classe média, todos bem-sucedidos,
graças a Deus.
Embora
se diga que naquele tempo havia muitas crianças
fora da escola, a qualidade do ensino público
era indiscutível. Não estou defendendo
a ditadura de maneira alguma, só acho que talvez
resida na qualidade da educação e nessa
separação de classes a raiz da perpetuação
da miséria e da violência. Naquele tempo
tínhamos perspectivas. Podíamos competir
de igual para igual.
Maria
Campos Abreu
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