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Leia
repercussão da coluna:
Para Maluf, a culpa é da vítima
Dimenstein,
A
verdade é que não entendo muito bem como
funciona o sistema utilizado nas escolas estaduais de
São Paulo (a chamada pelo senhor "progressão
continuada"). Isso quer dizer que uma criança
não repete de ano sob nenhuma hipótese?
Se é isso, tenho de dizer que não concordo
com o senhor.
Concordo
com o fato de que uma repetência pode ser frustrante,
e um empurrão mais que leva o aluno para fora
da escola. E também concordo que se deve ensinar
direito em primeiro lugar, e depois dar um reforço
ao aluno caso ele não progrida.
Mas
eu pergunto: o senhor está de acordo com um sistema
de cotas para as universidades públicas para
os alunos de escolas públicas? Acredito que o
senhor concorda comigo que isso apenas rebaixaria o
nível das universidades, o que, a longo prazo,
faria mais dano do que bem para os alunos que entrassem
por essas cotas. O ideal, claro está, é
fortalecer a escola pública para que os alunos
dessas escolas possam entrar por si sós - o que
é um trabalho de médio-longo prazo.
Agora,
lhe pergunto: não repetir de ano um aluno que
não progride (com os reforços necessários,
faço questão de frisar) e que, por isso,
não está plenamente preparado, não
é a mesma coisa? Não estaríamos
rebaixando o nível da turma, fazendo o professor
gastar tempo com um aluno que não conseguiu preparar-se
adequadamente, punindo justos por pecadores (sentido
figurado aqui, por favor)? E o próprio aluno
que passou, não por mérito, mas por decreto,
não se sentiria ainda mais desmotivado para estudar?
Repito:
obviamente, a educação pública
deve ser melhorada, com acompanhamento constante e reforços
para alunos que o necessitem. Mas a repetência
é necessária sim, para evitar uma piora
ainda maior do ensino. É apenas a minha opinião,
mas espero ter sido de alguma valia, para uma discussão
produtiva.
Alexandre
Tau Lema
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