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REFLEXÃO


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24/08/2006 
Interação comunitária garante bibliotecas na periferia

Erika Vieira

“Em mãos que carregam livros não há espaço para armas” esse é o lema que faz o Projeto Mudando a História disseminar cada vez mais o prazer pela leitura. O projeto é implantado em São Mateus, zona leste da cidade de São Paulo, compartilhando na comunidade a riqueza da literatura. Iniciativa semelhante é feita na Biblioteca Comunitária Casulo, no Real Parque, zona oeste. Ambas experiências foram apresentadas ontem (23/08) no “Encontro com a Biblioteca”, realizado no Itaú Cultural.

Inserir o gosto pelo livro na periferia é um desafio bem sucedido em São Mateus, a proposta faz com que mediadores de leitura (jovens que compartilham a importância da leitura com outras pessoas) se espalhem pelo bairro. Todo mundo é tido como um público a ser atingido, chegando até nos garotos “flanelinhas” do Largo de São Mateus, um dos pontos mais movimentados da região. “O projeto é mais do que formar mediadores, mas sim pessoas que se preocupem com a comunidade local e faça algo por ela”, explica Rômulo Morishita, estudante de Biblioteconomia da USP.

Cultura de pais e filhos são aproximadas através desse programa. “Uma mãe nordestina ficou surpresa em saber que sua filha lia cordel nas mediações que promovemos”, conta Beto da Silva, coordenador do Mudando a História. São Mateus ainda não tem uma biblioteca por falta de recursos (desenvolvem no centro de Obra Social São Mateus), mas isso não faz com que a paixão pela leitura seja inexistente, os participantes se dedicam a plantar o desejo de ler.“Só o empréstimo não garante o prazer da leitura, é necessário apresentar a beleza do livro”, fala Beto.

Estimular o gosto da leitura pelo simples fascínio que esta desperta, é o desafio da Casulo. Montada desde 2003 a biblioteca virou ponto de encontro dos moradores. “As crianças dizem que não conseguem ler na escola, mas conseguem na biblioteca”, diz a organizadora da biblioteca Márcia Lica. ”A biblioteca precisa dos espaços de troca de idéias e não só de placa pedindo silêncio”, ressalta Rômulo. O objetivo é contribuir para a formação dos moradores, democratização da leitura, fortalecer hábitos da leitura indagadora e reflexiva.

O acervo de livros fica dentro da comunidade, sendo organizado pelos próprios habitantes do local, fator fundamental para que atinja a todos. “Biblioteca acontece quando há intervenção comunitária, e não quando chega em um prédio pronto”, esclarece Maria Christina Barbosa de Almeida, docente de Biblioteconomia da USP.


Serviço:

Obra Social São Mateus
rua Antônio Previato, 1343
tel: 6115 - 5773
São Mateus, São Paulo (SP).

   

 
 
 

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