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desenvolvimento
03/06/2005
Sebrae debate iniciativas de valorização no distrito de Itaquera
 

No último dia 25 de maio, o Sebrae divulgou resultado de pesquisa "Diagnóstico Sócio-econômico do Distrito de Itaquera" realizada em parceria com a Fundunesp - Fundação para o Desenvolvimento da Universidade Estadual de São Paulo. O evento, que aconteceu no auditório da Faculdade Santa Marcelina, contou ainda com o apoio da Subprefeitura de Itaquera, Ciesp – Zona Leste, FASM – Faculdade Santa Marcelina, Associação das Indústrias da Região de Itaquera e Senac-SP.

O levantamento, como lembra o gerente regional do Sebrae-SP na zona leste, Joaquim Batista Xavier, foi realizado em 2004 em 13 bairros da região Itaquera por meio de pesquisas de amostragem domiciliar e empresarial, realização de entrevistas com as lideranças e entidades locais e levantamento de dados secundários, projetos, ações e programas já existentes na região: "o objetivo era conhecer o território mais profundamente e ter um panorama da região com foco na Região Metropolitana", explica Xavier.

Uma das principais finalidades da pesquisa é identificar oportunidades de atuação de forma sistêmica e compartilhada com as lideranças locais e priorizar a elaboração de projetos que promovam o desenvolvimento efetivo dessas localidades, por meio do estímulo ao crescimento de micro e pequenas empresas sustentáveis, com ações estruturadas e apoio e articulação dos movimentos locais, focalizando áreas de exclusão social e baixo dinamismo. "A partir desses dados, vamos estudar iniciativas de valorização para o desenvolvimento local do Distrito de Itaquera", completa.

Entre outras informações, a pesquisa apurou que é grande a concentração de jovens na região e ainda o número de entidades do terceiro setor e potenciais parceiros. "Queremos incentivar e motivar o jovem empreendedor", diz Xavier. Entre os setores industriais de maior concentração estão o metal-mecânica, as confecções e a culinária. "É importante que estas micros e pequenas empresas da região conheçam ferramentas de gestão de negócios para que possam crescer e contribuir para o desenvolvimento da região", explica Xavier. O diagnóstico foi baseado na metodologia do projeto URBE - programa do Sebrae para o desenvolvimento sustentável em médias e grandes cidades e áreas metropolitanas, onde projetos pilotos já foram realizados em outras cidades como Natal, Campo Grande, Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Porto Alegre.

O evento contou ainda com a palestra "Desenvolvimento Local e Setorial", realizada pelo sociólogo e consultor do Sebrae Nacional Juarez de Paula. Ele destacou principalmente a importância do desenvolvimento da qualidade de vida (humano, social e sustentável) para que o desenvolvimento local seja efetivo: "e isso depende da articulação de diferentes elementos como capital humano, capital social, capital produtivo e cultura empreendedora", explica o sociólogo. Outro ponto de atenção, segundo Juarez de Paula é quanto à sociedade organizada que, segundo ele, deve ser bem preparada: "todo desenvolvimento depende de protagonismo local, por isso a importância do sentimento de pertencimento, atitude empreendedora, auto-estima, auto-confiança etc", completa. Ele lembra ainda que o desenvolvimento também exige mudanças, especialmente de transformação entre Estado-Mercado-Sociedade: "é importante que se pense em parceria, em uma relação de cooperação entre esses setores para que haja um desenvolvimento local efetivo", esclarece. "É fundamental que sociedade civil articulada com o poder público e com empresas pensem de forma participativa num diagnóstico", concorda gestor da área de Desenvolvimento Social do Senac, Jorge Duarte.

Na palestra, o sociólogo destacou também a importância ainda da criação de redes sociais , da organização de atores locais, criação de fóruns, conselhos, consórcios etc: "Com a parceria com o Senac poderemos desenvolver uma Rede Social Itaquera e incentivar o terceiro setor da região", anima-se e concorda Xavier, lembrando que o terceiro Setor da região ainda apresenta um caráter mais assistencial. "A gente já vem conversando com o Sebrae sobre como podemos, juntos, contribuir para o desenvolvimento local de Itaquera", diz Jorge Duarte, do Senac. E completa: Neste momento, o Senac está trabalhando com o projeto Formatos Brasil, que é o primeiro ponto do Senac para a promoção do desenvolvimento". O "Formatos tem como objetivo capacitar lideranças com ferramentas de gestão e dar oportunidades para essas organizações para que elas continuem se encontrando e formando uma rede: "Nosso ponto principal é a formação de capital social. Nós entendemos ser fundamental que a sociedade civil se fortaleça e para isso é importante que ela se conheça, se organize para que construa coletivamente ações e projetos que possam beneficiar suas próprias comunidades", completa Duarte.

O gestor do Senac destaca ainda a importância da pesquisa realizada pelo sebrae para a criação de uma rede de articulação na região que pense o desenvolvimento local: "Ter dados de pesquisa é sempre fundamental para sabermos o que realmente ocorre em uma região. Num primeiro momento essas informações sem dúvida, podem orientar uma rede a direcionarem melhor as suas ações e também na formação do plano para o desenvolvimento". Ainda segundo Duarte, o Senac deve continuar o contato com o Sebrae a fim de fomentar a criação de uma rede social, como citou Xavier, provavelmente para junho. "essa parceria entre Senac e Sebrae é fundamental para o desenvolvimento do capital humano da região", empolga-se De Paula. Numa outra fase, como bem lembrou Xavier deverá ser uma reunião com pequenos grupos de trabalho: "é importante também que haja disseminação e democratização das informações e articulação de grupos que visam o desenvolvimento local", finaliza.

Segundo informações do site do sebrae, a zona leste de São Paulo é a região mais populosa da cidade, com cerca de 3,3 milhões de pessoas (33% do total paulistano e 17,76% da população da Região Metropolitana de São Paulo), segundo dados da

Prefeitura de São Paulo. A População Economicamente Ativa (PEA) que vive na zona leste é composta por 1,7 milhão de pessoas, o que representa 31% do município de São Paulo. Segundo dados do Ministério do Trabalho, existem na região 93 mil empresas formais, o que corresponde a 23% das empresas do Estado de São Paulo.

O resultado da pesquisa pode consultado na Biblioteca da Faculdade Santa Marcelina – Campus Itaquera que fica na Rua São José das Duas Barras, 95 em Itaquera. Mais informações com o sebrae pelo telefone: (11) 6225 2177.


LISANDRA MAIOLI
do site setor3

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