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05/02/2004
Imóvel alagado poderá não pagar IPTU

A Prefeitura de São Paulo pretende anunciar hoje o perdão do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) dos imóveis localizados em vias atingidas pelas enchentes dos últimos dias, a partir de levantamento da administração.

O anúncio deve ser feito pela prefeita Marta Suplicy. Uma comissão redigirá um projeto de lei, que em seguida irá a votação na Câmara Municipal. Ainda não está definido o período abrangido pelo perdão, nem o que acontecerá com quem foi atingido pelas águas, mas já pagou o tributo.

As zonas Leste e Sul foram as mais afetadas pelas enchentes, com os transbordamentos dos córregos Aricanduva, Tiquatira e Pirajussara. Entre os bairros atingidos estão áreas mais populares, como o Campo Limpo, mas também o Morumbi, região nobre da Capital.

A decisão de Marta será anunciada dois dias depois de a prefeita bater boca com moradora da área do Pirajussara, que disse pagar cerca de R$ 5.000 de IPTU por um imóvel que foi invadido pelas águas.

As chuvas de ontem
Duas horas de chuva foram suficientes para deixar a Zona Leste embaixo d’água no final da tarde de ontem. Quase toda a extensão da Avenida Aricanduva foi tomada. Ainda na Zona Leste, a chuva castigou a região do Córrego Tiquatira, na Penha, parou trens e cortou a luz de vários bairros.

A tempestade também atingiu, mas com menor intensidade, o Ipiranga (Zona Sul), a Vila Maria (Zona Norte), além de outros bairros da Zona Leste, como Mooca, Vila Prudente e São Mateus. Em toda a cidade, foram 33 pontos de alagamentos, três árvores caídas e dois desabamentos de casas, mas não houve feridos. A falta de luz atingiu parte dos bairros de Vila Matilde, Carrão, Belenzinho, Brás, Penha, Vila Maria, Lapa e Cambuci.

Mas a enchente que mais provocou pânico foi a da Aricanduva, que invadiu casas. A água atingiu até 1,5 metro de altura em algumas residências. “Moro aqui há oito anos e nunca vi uma cheia como esta”, disse a dona de casa Sandra Vieira da Cunha, de 32 anos, que ficou presa dentro da própria casa, na Aricanduva, a 400 metros de um piscinão.

Há um ano, a prefeita Marta Suplicy garantiu que o transbordamento do córrego não iria mais ocorrer. Na época, a Prefeitura havia construído três piscinões na região. Hoje, existem oito em toda bacia do córrego. “Ela disse isso se referindo à média histórica de chuva para o Aricanduva, que é de até 65 mm”, disse o secretário de Infra-Estrutura Urbana, Roberto Bortolotto. Ontem, em pouco mais de 2 horas, choveu no Aricanduva 73,3 mm, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências, da Prefeitura.


ANA MARIA BARBOUR
VIVIANE RAYMUNDI
do Diário de S. Paulo

 
 
 

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