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caso alves cruz
23/06/2004
“Estamos sendo perseguidos”, dizem alunos

Vanessa Sayuri Nakasato
Veridiana Novaes

Os estudantes da Escola Estadual Prof. Alves Cruz, Ulisses Santa’ana, 17, e Lucas Piaui Lino, 16, afirmam estar sendo perseguidos e retaliados por seus professores. “Sinto que não estou mais sendo visto como um aluno comum. Parece que me olham como alguém que poderá fazer algo de mau”, comenta Ulisses, que diz pretender mudar de escola caso o “clima não melhore”.

Ambos são mentores da manifestação ocorrida na Diretoria de Ensino do Centro-Oeste (Deco), no último dia 15. Cerca de 50 alunos dessa escola reivindicaram maior comprometimento do diretor Wilson Roberto Pedroso e soluções para problemas como vandalismo, falta de aulas e policiamento.

Segundo Lucas, alguns professores não gostaram do protesto e acham uma perda de tempo tentar mudar o sistema da escola. “Teve professor que definiu o ato como inútil e mera “pagação de mico” dos alunos.”

Os estudantes levaram até a Deco um abaixo assinado com 140 assinaturas, um número relevante para uma escola com 743 alunos matriculados. O cabeçalho do documento pedia medidas como: uma escola mais organizada; uma direção mais presente; uma Associação de Pais e Mestres mais atuante; aulas melhores com menor número de alunos por sala e uma escola sem violências e depredações.

Conforme a dirigente da Deco, Valkyria Cattani, a diretoria tomará as providências necessárias. “Nós não vamos nos omitir, ninguém vai ficar em cima do muro e vamos correr atrás dos fatos.”

A supervisora de ensino Maria Cecília Sarno, responsável pela averiguação, já fez a primeira vistoria. “Tudo será feito dentro da legislação vigente, com investigação precisa e possível encaminhamento de um processo para o secretário estadual de educação, Gabriel Chalita”, ressaltou Valkyria.

Para o advogado da Udemo - Sindicato de Especialistas de Educação do Magistério, Antônio Marmo Petrere, que defende Pedroso, a culpa de tanta desordem está longe de ser do diretor. “Nos últimos meses, cinco diretores já passaram pela Alves Cruz. E estão tentando tirar Wilson do cargo também. A diferença é que, desta vez, não vão conseguir, pois ele vai brigar por sua permanência até o fim.”

Petrere atribui ao Projeto Fênix, organização não-governamental (ONG) atuante dentro da escola, os conflitos entre alunos e docentes. “Aqueles que participam dessa ONG não assistem às aulas, conturbam o ambiente, fazem manifestações de caráter político e adoram promover barulhos desnecessários na mídia. A verdade é que o Fênix não aceita a figura de autoridade na escola.”

Entretanto, essa não é a opinião de Valkyria. Conforme a dirigente da Deco, Fênix faz um trabalho fantástico na escola. Ela também elogia outras ações existentes na Alves Cruz. “A Escola da Família é essencial para os alunos e o projeto Guri faz um trabalho espetacular. São mais de 280 alunos atendidos por esses trabalhos sociais”.

No ano passado, o Projeto Fênix ganhou o Prêmio Itaú-Unicef como um dos dez melhores trabalhos realizados no período de 2002/2003. Ele foi escolhido entre 1.834 ONGs concorrentes no tema “Muitos lugares para Aprender”.

A próxima reunião dos alunos com a Deco está marcada para o dia 6 de julho.

 
 
 

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