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Greves
e manifestações tentam reacender 1.º de Maio
Na semana que
precede o Dia do Trabalho, o sindicalismo brasileiro encara seu
enfraquecimento. A própria Central Única dos Trabalhadores (CUT)
reconhece o processo e aponta o desemprego como principal causa.
A entidade promoverá uma série de manifestações até o dia 1.º, na
tentativa de reacender o movimento.
Os atos devem reivindicar ações contra o desemprego e a diminuição
da carga horária semanal de 44 para 40 horas semanais. "O fim do
trabalho é uma utopia reacionária", comenta Marcelo Sereno, secretário
de organização da CUT. O que ocorre, segundo ele, é exatamente o
contrário: cada vez se trabalha mais por menor remuneração.
Estão paralisados, nesta semana, os fiscais da Receita Federal,
os professores e funcionários das universidades estaduais paulistas
e os funcionários da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) de São
Paulo e Rio de Janeiro. Os caminhoneiros anunciam que irão protestar
nas estradas, sem realizar bloqueios, na própria segunda-feira.
(Cristina Mori)
![](../images/linhafina.gif)
Estudo analisa as relações trabalhistas no setor
terciário
Uma realidade,
que deu seu primeiro sinal de vida nos anos 70, está sendo encarada
de frente pelos sindicatos de trabalhadores: o aumento do setor
terciário. Um estudo qualitativo do DIEESE (Departamento Intersindical
de Estatísticas e Estudos Sócio-Econômicos), desenvolvido por iniciativa
das Centrais Sindicais, aponta as conseqüências do surgimento de
novas formas de contratações: a carteira assinada cada vez mais
distante dos trabalhadores e o trabalho mais diversificado e de
ritmo mais intenso.
"O desenvolvimento do setor terciário não enfraquece o movimento
sindical, mas altera sua capacidade de incorporação dos trabalhadores",
analisa Marcelo Sereno, Secretário de Organização da CUT (Central
Única dos Trabalhadores). Para ele, o movimento sindical terá que
mudar sua forma de organização.
A PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego na Região Metropolitana
de São Paulo), realizada pela Fundação Seade (Sistema Estadual de
Análise de Dados), aponta a tendência há vários anos: o emprego
industrial era responsável, em 1985, por 33% de toda a ocupação.
Em 1998, caiu para menos de 20%. As lacunas fora incorporadas, na
maioria das vezes, pelo setor de serviços. O mesmo setor manteve-se
estável de fevereiro a março deste ano, enquanto a Indústria fechou
11.000 vagas.
(Alexandre Sayad) ![](../images/linhafina.gif)
Está
deflagrada a Belíndia do trabalho
Enquanto um
especialista faz uma retrato amargo da situação do trabalho no país
no contexto da globalização, outro acredita que estamos no mesmo
caminho das nações desenvolvidas, onde a "caça aos talentos" coloca
os mais preparados na frente.
A pesquisa "Globalização e emprego: O Brasil na nova Divisão Internacional
do Trabalho", do professor de Economia da Unicamp Márcio Pochmann,
faz duras críticas ao modelo econômico de abertura ao capital estrangeiro
adotado no país desde 1990.
O estudo mostra que quase 80% dos investimentos das companhias transnacionais
se concentram em seus países de origem, e que a parte mais sofisticada
da produção (que precisa de cargos mais qualificados) acaba ficando
na matriz.
Essa tese aparece nos números: estatísticas do Ministério do Trabalho
indicam que houve no Brasil, entre 90 e 98, uma perda de 12,3% de
postos de trabalho qualificados e um crescimento de 14,2% de vagas
não qualificadas. Ou seja: de nada adianta o país investir em educação
se não houver oportunidades para profissionais mais preparados.
A posição de Pochmann contrasta com a do professor da USP José Pastore,
que acredita que as empresas estão sentindo falta de mão de obra
especializada, e que a "guerra
de talentos", deflagrada nos Estados Unidos e Europa, já começa
a chegar por aqui. Pastore baseia sua opinião em uma pesquisa do
Senai-SP que constata que haverá falta de pessoal qualificado em
telecomunicações entre 2000 e 2003 no país.
(Natasha Madov) ![](../images/linhafina.gif)
Senado
dá status legal a e-mail
A Comissão de
Educação do Senado aprovou ontem (25/04) o projeto de lei do senador
Lúcio Alcântara (PSDB-CE), que regulamenta o comércio eletrônico.
Na prática, isto quer dizer que transações de comércio eletrônico
passam a ser amparadas pela lei e o e-mail passa a ter validade
legal. Outro dispositivo aprovado no projeto é que assinaturas eletrônicas
também serão consideradas autênticas, desde que utilizado algum
método confiável de identificação. É o poder público correndo atrás
da nova economia.
(Natasha Madov)
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