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O poder do alto luxo

Supergrifes se fortalecem ao despertar o
desejo das jovens consumidoras

Reuters
Megadesfile Chanel em passarela com degraus e neon

DA ENVIADA ESPECIAL

Depois do furacão da logomania das últimas temporadas, que representou também a ascensão das marcas de alto luxo, essas grifes ricas para consumo de público idem precisaram se reposicionar para o ano 2001. O objetivo é despertar o desejo de moda num segmento mais jovem, garantindo, dessa forma, a longevidade de nomes históricos. Com estilistas atentos e competitivos, o resultado foi alcançado, e mesmo monstros sagrados como a maison Chanel carimbaram seu passaporte para o próximo século.

Para Chanel, o alemão Karl Lagerfeld fez uma leitura do que seria, em 2001, a mademoiselle Coco Chanel _fundadora da casa no início do século 20. Customizada, jovem, divertida, ela se vale do dinheiro e da informação de moda que tem disponível para conquistar o tempo inteiro, no momento em que sai do banho (como no look da modelo brasileira Marcelle Bittar enrolada na toalha com os dois Cs cruzados), num sedutor look aviador ou em femininos conjuntos de um virginal piquê branco, usados com saias plissadas abaixo do joelho,
relaxando a silhueta.

Pérolas para que te quero, parece ser o novo lema da nossa Coco 2001, com frufrus e babados numa imagem que quase lembra a da cantora Madonna em “Like a Virgin”, em luvinhas de couro e desafiadora sobreposição.

O cabelo é jovem, frisado, com véu de tule com as letras COCO (apelido da estilista Gabrielle Chanel). A forma eterna do tailleur é ao mesmo tempo clássica e nova, e o cinto largo 80 ganha a marca da camélia estilizada. Os óculos de esqui ou de lentes coloridas permanecem hits.

Chique, jovem, comercial e fashion-victim, ao mesmo tempo retrô e moderno. É Louis Vuitton, um desfile síntese das inspirações do verão 2001 em Paris. Mulheres lindas e ricas vestem a grife, e todas querem ter a nova coleção de bolsas, malas e até luvas 7/8 com a estampa desenhada (com exclusividade, claro) com a caligrafia do estilista Stephen Sprouse, vinda dos 80.

Militarismo, marine chic, masculino e feminino estão também na coleção, com algumas das mais incríveis saias de formato New Look _sem passadismo, feitas para as garotas descoladas de 2001. O segredo são os materiais soltos e as proporções, resultando numa silhueta rejuvenescida, firme e suave. Sabe muito de moda o estilista da marca, o norte-americano Marc Jacobs. E, para completar, scarpins fluo em várias cores, com ou sem elástico, combinando com microbolsas acesas, sucesso certo.

Em outra maison famosa, a do espanhol Cristobal Balenciaga, há indícios de que seu jovem estilista já esteja fazendo mais história para a casa. É Nicolas Ghesquière, com silhuetas inusitadas, fragmentadas, como nos vestidos brancos de chiffon que mais parecem embrulhos de tecido, com babados e alças soltas, ou nos macacões listrados. O ponto de partida é uma silhueta 80, sem revisionismo fácil.

Para Dior, o inglês John Galliano instala o estilo batizado por ele de “anar-chic”, em que a moda das ruas encontra o refinamento da couture, em looks que desafiam classificações de bom gosto e mau gosto, numa explosão de cores e de juventude.(ERIKA PALOMINO)



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