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23/07/2002 - 02h50

Cordon Bleu é MBA da culinária em Paris

ALCINO LEITE NETO
da Folha de S.Paulo, em Paris

O mineiro Bruno Albergaria, 24, fazia o terceiro ano de direito em Belo Horizonte (MG) quando resolveu dar uma virada na sua vida e se matricular na mais famosa escola de culinária do mundo, Le Cordon Bleu, em Paris. Albergaria optou por começar pelo curso de cozinha, com duração de nove meses, em que aprende desde o manejo das facas até as receitas sofisticadas. Está agora no nível intermediário e ainda lhe resta o superior. Encerrado o curso, fará, por mais nove meses, o de pâtisserie. Ao final dos dois cursos, receberá o Grand Diplome Le Cordon Bleu, uma carta de apresentação segura para o mundo profissional da gastronomia.

Alcino Leite Neto/Folha Imagem
Os brasileiros Eduarda Regina e Bruno Albergaria na Cordon Bleu, em Paris
"A maioria das pessoas que vêm para a escola está pensando em fazer carreira. O diploma Cordon Bleu abre as portas. Mas não dá para achar que, ao terminar o curso, você já é um chef. É preciso adquirir ainda muita experiência profissional, como depois de qualquer faculdade", afirma Albergaria.

Tivesse esperado um pouco mais, ele poderia fazer seu curso no Brasil. A escola francesa promete inaugurar no início de 2003 sua filial brasileira, em parceria com a Universidade de Brasília (UnB). Estudar culinária e gastronomia com objetivo profissional há muito tempo deixou de ser uma decisão insensata. Com a expansão do turismo internacional e a crescente demanda de restaurantes diversificados, ser um chef significa ter boas chances de emprego em qualquer país e, com frequência, bem remunerado.

As oportunidades de trabalho não se esgotam na cozinha. Abrangem administração de restaurantes, hotéis e indústrias e lojas de alimentos.

O lugar mais indicado para adquirir uma boa formação em culinária continua a ser a França, dona de poderoso know-how gastronômico e para onde convergem todas as informações e os especialistas no setor do mundo inteiro.

Pelo país inteiro multiplicam-se cursos que ensinam desde a famosa confeitaria, com receitas para fazer centenas de pães, biscoitos e sobremesas, até a cozinha regional, que reúne uma infinidade de sabores.

De todas as escolas francesas, no entanto, aquela que oferece o diploma mais imponente para o currículo é com certeza Le Cordon Bleu. Fundada em 1895, a escola é hoje um complexo internacional, com cursos oferecidos em 12 países, entre eles o Japão, os Estados Unidos e o México. Todos os cursos são técnicos, com duração de três meses a dois anos. O diploma da sede de Paris é, naturalmente, o mais requisitado.

O prestígio francês tem seu preço. O curso completo (cozinha + pâtisserie) custa salgados € 29.550 (cerca de R$ 84 mil), mas inclui todo o equipamento e os ingredientes usados pelo estudante.

"O preço é alto, mas compensa. É um curso rigoroso, de cozinha profissional", diz a baiana Eduarda Regina, 23, que está no ciclo intermediário de cozinha. Há quatro brasileiros estudando atualmente no Cordon Bleu em Paris. As aulas duram cerca de seis horas diárias.

Na Austrália fica o único curso de graduação do Cordon Bleu em administração de restaurantes. Ele é realizado com a Universidade de Adelaide e a Universidade do Sul da Austrália, que promove também três MBAs: em gastronomia (teoria e história), em hotelaria internacional e administração de restaurantes e em administração de hotéis e resorts.

Links relevantes:
Le Cordon Bleu - www.cordonbleu.edu
Le Cordon Bleu: Adelaide - www.lecordonbleu.com.au/adelaide/programs.htm

     

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