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CIÊNCIA


"Sempre procuro mais adrenalina"

DA EQUIPE DE TRAINEES

Para Marcos Coreno, 29, não há loucura nem desafio à morte no base jump. Afirma que a maioria dos acidentes é causada por erro humano, apesar de ter visto um colega morrer porque o pára-quedas não abriu. Seu ex-instrutor também já morreu.

Começou a praticar base (pronuncia-se “bêiz”) quando o pára-quedismo convencional não surtia mais “efeito”. Cogitar base o deixou arrepiado, de pernas bambas.

Antes de seu primeiro salto, não conseguiu dormir. “Parecia que eu tinha tido uma overdose de tudo quanto é tipo de coisa”, diz, fazendo referência às substâncias liberadas pelo corpo, como a adrenalina.

Sua paixão pelo vôo é antiga. Com dois anos, preferia aviões aos carrinhos. Matava aulas para ir ao aeroclube. “Já construí várias asas-delta de bambu, fiz vários pára-quedas de plástico para saltar do telhado.”

Sorrindo, revela que não gostaria que seu filho de oito anos seguisse seus passos, ou melhor, seu vôo. “Gostaria que meu filho fosse para o futebol, para o vôlei, no chão.”

Ao falar sobre o bem-estar antes do salto, no parapeito da torre, reflete: “Sempre, cada salto pode ser o último. Quem sabe?”
“Base jump é tudo ter dado certo. Tem tudo para dar errado, e acaba dando tudo certo”, diz, sobre o alívio posterior. É difícil não concordar: base jump, realmente, é conseguir chegar vivo ao chão. (LSF).




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