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Lewis teve carreira
cheia de 'loucuras'


Arthur Lewis, 42, o Arthurzinho, um psicólogo que nunca exerceu a profissão, sempre buscou o lado radical da vida.

Lewis entrou para a brigada pára-quedista do Exército brasileiro com 17 anos. “Tinha em mente morrer em combate”, diz.

Em 1984, aposentado como tenente, foi chamado para uma equipe de pára-quedistas de competição. Ficou até 88. Problemas financeiros fizeram-no tentar o parapente, menos caro.

O esporte estava começando. Não havia equipamento no Brasil. Ele e sua ex-equipe começaram a decolar de montanhas com pára-quedas. “A gente fazia loucuras, só tinha viciados em adrenalina. A segurança era mínima.”

Para ele, a “carreira de loucuras” terminou com um vôo de parapente sobre o Vale do Anhangabaú, em 90. Conta que pensou o seguinte: “Se não morrer, paro”.

Parar se referia às loucuras e não a voar. Afirma que isso está em sua natureza, explicado pelos astros. “Meu signo, gêmeos, é o do ar e meu ascendente, áries, é muito ativo. Tem tudo a ver.”

Quanto ao risco, diz que sempre foi seu companheiro: “Era como um preço que tinha de pagar”. E, em 4 de fevereiro de 96, pagou. Durante um treino foi arremessado contra a montanha.

Lesionou a coluna e ficou paralisado da cintura para baixo. Após oito meses, conseguiu andar, com dificuldades. No período, voava de planador. “Precisava de ar, me sentia uma minhoca no chão.”

Assim que pôde, voltou ao parapente. Hoje, é diretor técnico da Federação Paulista de Vôo Livre. Manca com a perna esquerda, os pés não se mexem e usa um tipo de “airbag” para facilitar o pouso. Mas nada o impede de, sempre que possível, voar. (LS)

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