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CIÊNCIA


Há 3 genes ligados ao risco

DA EQUIPE DE TRAINEES

No mês passado, um estudo anunciou a ligação entre o gene 5-HTT e o medo, em seres humanos. Esse gene codifica o transportador da serotonina.

Segundo o psicólogo Brad Schmidt, da Universidade Estadual de Ohio, indivíduos ansiosos com a versão longa do 5-HTT demonstram menor variação na frequência cardíaca, característica associada ao medo e potencialmente fatal.

“Mas também acho correto suspeitar que a regulação da serotonina está relacionada com a busca por emoções, de certo modo”, disse à Folha. Dependendo da ansiedade e de outras influências genéticas, as variações do 5-HTT permitem prever o nível de medo.

Desde 96 se conhece o D4DR, o gene mais associado com a busca de riscos. Chamado de “novelty-seeking gene” (gene da busca de novidades), ele codifica o receptor da dopamina. Sua versão mais longa resulta em um receptor menos eficaz, que precisa de mais estímulo para “registrar” o prazer.

Dean Hamer, dos Institutos Nacionais de Saúde (EUA), confirmou essa teoria. “Quanto mais longo o gene, mais a pessoa manifestava um desejo por experiências novas e emocionantes.”

O terceiro gene, chamado Slo, afeta a liberação de adrenalina. As células da glândula adrenal liberam essa substância por canais diferenciados. O Slo codifica uma proteína cuja presença nos canais intensifica o ritmo de liberação.

David McCobb, da Universidade Cornell (EUA), estuda essa proteína e sua relação com a situação de estresse. “Nós ainda não a estudamos em humanos, mas acreditamos que há uma variação herdada na forma como esse canal de proteína é montado”, disse à Folha.

Supõe-se que secretar muita adrenalina seja um traço da aversão ao risco. Baixa liberação de adrenalina cria a necessidade de uma emoção extrema para obter o mesmo resultado. (LSF)


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