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alexandra corvo
Para beber a Grécia
DE SÃO PAULO
"Tendo a manobra concluído na escura e mui célere nave, logo levantam crateras repletas de vinho até a borda e libações oferecem a todos os deuses eternos" ("Odisséia", de Homero, canto 2, versos 430-433).
Em sua rica literatura, os gregos nos deixaram vestígios preciosos de como o vinho era essencial em todos os aspectos da vida.
Pode ser assustador olhar um mapa vinícola do país, tão espalhado por ilhas e terras recortadas. Mas não é impossível conhecer seus sabores, olhando mais de perto suas principais uvas.
E hoje não vou falar de Retsina, seu vinho mais famoso.
A uva agiorgitiko é a mais conhecida internacionalmente das tintas gregas. Charmosa, dá vinhos cheios de fruta, notas florais e boca cheia e saborosa.
Ela é encontrada, principalmente, no Peloponeso, mas está também plantada na região da Macedônia com bons resultados.
O norte do país é dominado pela uva xynomavro, que pode aparecer sozinha ou em corte. Difícil de cultivar, tem muita acidez, com vinhos com muitos taninos que dão estrutura firme e muito seca.
Alguns especialistas gregos a consideram uma espécie de diva, com a qual é difícil lidar. Outros a comparam com a nebbiolo, pela falta de doçura e frutosidade. No geral, são vinhos de tanino e músculo, com aromas de tabaco e madeira.
É a principal uva das denominações Naoussa e Goumenissa, na Macedônia, e Rapsani, no monte Olimpo, famoso pelos deuses!
Entre as brancas, a assyrtico é uma queridinha local. Os gregos falam com orgulho do branco mineral, brilhante, quase salgadinho e vivo produzido na ilha de Santorini.
Um Vinsanto (vinho doce) feito com uvas secas também é mítico pela grande acidez e doçura, aliados às notas de nozes e tâmaras.
Alexandra Corvo trabalhou por 15 anos como sommelière nos EUA, Europa e Brasil. Hoje é proprietária do Ciclo das Vinhas - Escola do Vinho.
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