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andré barcinski
Caixinha de surpresas
Você chegou numa cidade que não conhece e está faminto. O que fazer? Para o turista, é sempre um desafio achar lugares bons para comer. Claro que guias, sites e blogs sempre ajudam, mas nada é mais certeiro que a dica de um morador.
Estive na Espanha recentemente, visitando Madri e Sevilha. E as melhores dicas de lugares para comer vieram das fontes mais inesperadas.
Andando por Madri, passamos por uma fábrica de churros. E comer churros com chocolate é uma obsessão na Espanha. Conversando com um funcionário, descobrimos que havia um boteco próximo, onde o pessoal da fábrica ia comer churros com chocolate: o Chocolat (Santa Maria, 30). Uma delícia.
Em Sevilha, é ainda mais difícil conseguir dicas de lugares que fujam do padrão de cardápios trilíngues e fotos dos pratos na entrada. Todo mundo indica os mesmos lugares, seja o mitológico El Rinconcillo (Gerona, 40), o bar mais antigo da Espanha, fundado em 1670, ou o Las Teresas (Santa Teresa, 2).
Mas, com um pouco de esforço, dá para achar lugares menos badalados e onde a comida é incomparavelmente melhor.
Foi o atendente de uma loja de locação de bicicletas que nos indicou o La Brunilda (Galera, 5), um bar de tapas perdido no bairro de El Arenal. Os croquetes de "jamón" ibérico eram de primeira, assim como o frango grelhado com polenta e cogumelos salteados.
Outra boa maneira de encontrar lugares fora da rota turística é passear por bairros mais frequentados por locais. Foi assim que chegamos aos excelentes Al Aljibe (Alameda de Hercules, 76) e La Mata 24, no bairro de Alameda.
Mas a maior surpresa foi visitar o mercado de Feria, na rua de mesmo nome, e descobrir, colado às barracas de peixe, um botecão sensacional, o La Cantina, que servia frutos do mar grelhados e fritos a um preço ridículo. Fizemos um banquete de camarões, ovas de peixe, sardinhas, vieiras e mexilhões que custou a fortuna de € 22 (cerca de R$ 58). Imperdível.
André Barcinski é crítico da "Ilustrada" e diretor e produtor do programa "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", no Canal Brasil. Escreve às quartas, a cada duas semanas, na versão impressa do caderno "Comida".
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