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andré barcinski

 

07/11/2012 - 06h18

Garfo, faca e celular

Um restaurante na Califórnia teve uma ideia sensacional: oferecer desconto a clientes que deixarem os celulares na recepção. O Eva, um pequeno bistrô de 42 lugares em Los Angeles, dá 5% de desconto para quem se separar de seus amados aparelhinhos durante o jantar.

E o público aprovou: segundo os donos do lugar, desde que a promoção começou, em agosto, quase metade dos clientes aceitou a oferta. "As pessoas gostam da ideia de desligar seus celulares", disse um dos donos do restaurante ao jornal "L.A. Weekly". "Eles simplesmente não tiveram a oportunidade de desligar ou de pensar sobre isso."

Outros estabelecimentos adotaram medidas mais radicais: uma delicatessen no estado norte-americano de Vermont passou a adicionar três dólares à conta de qualquer cliente que usar o telefone no balcão. E um restaurante de Washington D.C., simplesmente proibiu o uso de celulares no local.

Será necessário chegar a esse extremo? Não bastaria sugerir aos clientes deixar o aparelho de lado e prestar mais atenção na comida e nas outras pessoas da mesa? Aparentemente, não.

Sob risco de parecer radical, tenho de dizer que aplaudo qualquer medida semelhante. Especialmente por aqui, onde Iphones e Blackberrys já viraram utensílios corriqueiros em restaurantes e as pessoas passam mais tempo fotografando os pratos do que comendo.

Donos de restaurante precisam decidir o que é mais vantajoso: ter um ambiente tranquilo e silencioso, onde os clientes possam apreciar a comida em paz, ou ver seu estabelecimento divulgado em Instagrams, Twitters e afins.

Em 1999, quando o uso de celulares ainda não era tão disseminado e os aparelhos serviam "só" para falar, o famoso chef Gordon Ramsay, do programa de televisão "Hell's Kitchen", disse que nada o enfurecia mais do que servir um prato para alguém com um celular no ouvido. O que dirá Ramsay hoje, na era do Instagram?

andré barcinski

André Barcinski é crítico da "Ilustrada" e diretor e produtor do programa "O Estranho Mundo de Zé do Caixão", no Canal Brasil. Escreve às quartas, a cada duas semanas, na versão impressa do caderno "Comida".

 

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